astrologic

joined 1 year ago
[–] astrologic@sopuli.xyz 4 points 1 year ago

Tem de se dar crédito à domus social e aos arquitetos pelo projeto com cabeça e valores bem assentes. Muito bom

[–] astrologic@sopuli.xyz 5 points 1 year ago (1 children)

What's this paranoia over STR/AT about? The same way teams are strictly monitored regarding windtunnel and CFD time, the FIA keeps a very close watch on data pooling and sharing. And with over a thousand people involved between the teams, at least one whistleblower would have come out by now if there was any sort of high level foul play.

Regarding insinuations that there could be unfair dynamics by "owning" four drivers, academies still exist. Mercedes had Russell and Ocon racing outside their team, Ferrari always pressured their engine customers to do their bidding in tight situations. I don't see how Red Bull is different or any worse.

The Red Bull Junior Programme has been a godsend to the grid and is responsible for many great careers in F1, which wouldn't have been possible without STR/AT. I have my reservations about Marko, Horner and co, but the value RB brings to the sport is undeniable.

[–] astrologic@sopuli.xyz 8 points 1 year ago

Onde está a vilificação neste artigo? Está a noticiar factos e atitudes dos nómadas que até criticam Lisboa. E o último parágrafo até os defende.

Mas pronto, vou morder. Menos dinheiro a circular para quem? Eles apenas pagam impostos indiretos e gastam dinheiro em tipos de negócio diferentes dos de quem cá vive. Levam à substituição dos próprios negócios locais, que eles tanto querem, por cadeias sem espírito e com preços que afugentam quem está cá mais do que dois ou três meses.

Quem é que sai empobrecido? Os proprietários em massa de apartamentos na cidade? Então os donos e trabalhadores de quiosques e cafés que são expulsos para acomodar as cadeias mais rentáveis que servem maioritariamente esta elite?

Podemos ter mais dinheiro no total, mas não vai parar às mãos de quem mais precisa. É o problema de olhar para o PIB per capita sem qualquer pensamento crítico. Depois acabamos como uma República Dominicana ou a tão cobiçada Roménia e ainda fazemos festa.

[–] astrologic@sopuli.xyz 4 points 1 year ago (1 children)

Querem viver numa cidade histórica e depois queixam-se das casas velhas...

Esta gente está órfã devido ao sistema mundial que destruiu a convivência local e andam de cidade em cidade à procura de algo que só existe em panfletos, e ainda se queixam da porcaria que fazem (porque mesmo que o custo da habitação não esteja relacionado, o custo de vida está).

 

Lisboa é cara, tem infraestruturas de má qualidade, ruas estreitas e péssimos serviços. Além disso, a sua gastronomia fica muito aquém das expectativas. É este o diagnóstico de Pieter Levels, fundador do site Nomadlist, dedicado a avaliar a qualidade de vida que cada cidade e país oferece aos nómadas digitais e que se tornou numa das principais referências do sector.

Apesar da análise de Levels, Lisboa está atualmente no primeiro lugar do ranking mundial do Nomadlist, que classifica cada cidade numa escala de zero a cinco, com uma pontuação de 4.13. Mas as passadas semanas têm sido atribuladas: a cidade caiu para o 13.º lugar, apenas para regressar ao topo da tabela poucos dias depois. A natureza volátil deste ranking, atualizado ao minuto para refletir as opiniões dos utilizadores do site, faz prever mais mudanças num futuro próximo.

De entre todas as categorias avaliadas, que vão da segurança à velocidade da internet ou às condições climatéricas, um indicador destaca-se pela negativa: o custo de vida. Parece que Lisboa está demasiado cara até para os nómadas digitais. E os comentários anónimos deixados na página referente à capital portuguesa refletem isso mesmo: os “apartamentos são caros, pequenos e velhos”, pode-se ler num deles; “Lisboa não é uma boa cidade. É cara, suja e pouco segura”, aponta outro; "É demasiado cara e o ambiente, em geral, desiludiu-me”, diz um terceiro.

Gonçalo Hall, um dos criadores e o atual presidente da Digital Nomad Association (DNA) Portugal, tem vindo a alertar para esta questão, argumentando que vários nómadas vêm-se agora obrigados a procura outras cidades portuguesas ou mesmo outros países para trabalhar.

“O número de nómadas digitais está de facto mais baixo em Lisboa e com tendência a baixar mais, uma vez que a cidade não oferece a mesma qualidade de vida que oferecia devido ao excesso de turismo, falta de alojamento turístico para aluguer mensal e aumento do custo de vida”, referiu ao Expresso o lisboeta e nómada digital.

Por sua vez, Joana Glória, fundadora do projeto Lagos Digital Nomads, convive com vários nómadas que estão a ponderar deixar Lisboa e fixar-se na cidade algarvia, citando o “valor das rendas das casas” na capital e a necessidade de uma comunidade "mais familiar”, ao contrário da lisboeta, que consideram excessivamente “dispersa”.

Os dados do Nomadlist parecem confirmar esta tendência. Em média, segundo as estimativas do site, Lisboa recebia em outubro de 2022 mais de 13 mil nómadas digitais, um número claramente superior ao dos primeiros meses de 2023, em que chegaram entre 7 e 9 mil mensalmente, com exceção de fevereiro. O pico de outubro de 2021 (20.400 chegadas) também está distante

Por outro lado, o ritmo a que Portugal concede vistos D8 tem vindo claramente a aumentar. Criado em outubro de 2022, este é um visto destinado a trabalhadores que chegam de fora da União Europeia (UE) e do espaço Schengen e que prestam atividade de forma remota para fora do território nacional.

Segundo os dados facultados ao Expresso pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), foram concedidos “cerca de 1100 vistos” para trabalho remoto até 17 de maio de 2023. Até janeiro deste tinham sido entregues cerca de 200, como noticiou o jornal Observador; e até 10 de março foram emitidos “cerca de 550”. O que significa que nos últimos dois meses foram concedidos perto de 550 vistos D8, um aumento de 70% face ao período entre janeiro e março.

Contudo, é importante recordar que nem todos os trabalhadores remotos optam por pedir vistos e que o peso dos nómadas digitais oriundos da UE será grande, pelo que é difícil medir com precisão o número de entradas e chegadas através deste indicador. Além disso, os dados não indicam em que cidade portuguesa se instalam os beneficiários dos vistos

HOSTILIDADE E COMBATE POLÍTICO

Para além dos preços elevados, há outro indicador que pesa pela negativa na classificação da capital portuguesa: a simpatia da população local. Os utilizadores do Nomadlist notam que os locais “parecem odiar os estrangeiros”. O próprio Pieter Levels, fundador do site, lamentou na rede social Twitter a existência de um grupo de “comunistas anti-nómada-digital revoltados”.

Aqui, a política desempenhou um papel fundamental. Nos últimos meses, os nómadas digitais encontraram-se inesperadamente no centro do furacão de um debate político-partidário em torno do custo de vida e do mercado da habitação. A escalada no preço das rendas nas grandes cidades tem motivado uma acesa troca de argumentos sobre o excesso de turismo, o alojamento local e o investimento estrangeiro na habitação, temas que envolvem direta ou indiretamente este grupo.

Ao mesmo tempo que reconhece "atitudes hostis" por parte da “extrema-esquerda” e de alguns setores da sociedade portuguesa, Gonçalo Hall, que diz ser ocasionalmente “atacado” nas redes sociais, rejeita por completo qualquer ligação entre o fluxo de nómadas digitais e o aumento nos custos com a habitação a nível nacional.

Para Hall, a hostilidade assenta sobretudo na “desinformação” face às características dos nómadas digitais, que permanecem em cada país durante "dois a três meses", nunca chegando a participar no mercado de arrendamento de longa duração ou mesmo na compra de imóveis, e que podem “trazer novas culturas” a Portugal.

Na mesma linha, Joana Glória enaltece o “impacto económico” que os nómadas trouxeram à região do Algarve, que deixa de estar tão dependente do “turista de verão”. Além disso, defende, os portugueses têm "bastante a aprender” com estes profissionais ambulantes, que “querem eles próprios deixar um contributo ao nosso país”.

 

E se os agentes, enquanto estiverem a ver as imagens, detetarem alguma situação, podem acionar meios de forma imediata? "A ideia é essa", reforça Paula Peneda.

Nunca me assaltaram na presença de agentes policiais, já o mesmo não posso dizer sobre zonas com câmaras. E nada foi feito.

Não compreendo a mania de espalhar câmaras por todo o lado em vez de contratar pessoas e metê-las a vigiar zonas problemáticas e não a olhar para ecrãs.

 

Espero que ajude a reduzir a abstenção nas europeias, e talvez permita que o mesmo seja feito em futuras eleições.

[–] astrologic@sopuli.xyz 2 points 1 year ago

É explicado num artigo paralelo. Resumidamente, o mercado grossista esteve abaixo das previsões da ERSE ao início do ano, o que criou um desequilíbrio de 2 mil milhões de euros entre os custos de produção, o mercado real e os preços pagos pelos clientes. Para evitar que a correcção seja demasiado dramática em janeiro, optaram por excepcionalmente aplicar a correcção agora em Julho.

 

“A EDP Comercial vai baixar a sua componente de preço denominada Energia e Estrutura Comercial. Esta redução entra em vigor a 1 de julho e representa, em média, para os clientes residenciais da EDP Comercial, uma descida de 21% na componente de preço definida pela EDP Comercial”. Começava assim a carta da empresa aos clientes no final de maio, quando a elétrica já sabia que as tarifas de acesso à rede, a definir pelo regulador da energia, seriam agravadas. A EDP não foi a única. Também Galp e, mais recentemente, a Iberdrola anunciaram descidas de preços. Mas os clientes poderão, na verdade, não as sentir. E no caso da EDP, pelas contas feitas pelo Expresso, as faturas até irão subir.

A carta que a EDP Comercial enviou aos clientes no final de maio indicava, mais abaixo, que “sobre esta alteração [a tal redução de 21%] deverá ainda ser considerado o impacto da atualização extraordinária das Tarifas de Acesso às Redes (TAR), que serão definidas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) durante o mês de junho”. E esse não é um pormenor irrelevante: a elétrica já conhecia, há várias semanas, o teor da proposta da ERSE (publicitada a 28 de abril), que previa um agravamento das referidas tarifas de acesso, o que resultaria num impacto para o cliente final bem distinto de uma redução de 21%.

A proposta da ERSE de novas tarifas de acesso à rede viria a ser confirmada a 15 de junho, e com um agravamento ainda maior do que o proposto no final de abril: o regulador da energia aprovou, para vigorar a partir de julho, tarifas de acesso de -0,0121 euros por kilowatt hora (kWh) na componente de energia, valor que contrasta com os -0,0958 euros por kWh que vigoraram entre janeiro e junho. Significa isto um agravamento superior a 8 cêntimos por kWh: desde janeiro os comercializadores deviam repercutir nos seus clientes um desconto de quase 9,6 cêntimos por kWh sobre os seus preços (dado o valor negativo das tarifas de acesso), mas a partir de julho esse desconto será de pouco mais de 1 cêntimo.

Na sua comunicação aos clientes no final de maio a EDP Comercial (que é o maior fornecedor de clientes domésticos em Portugal, com uma quota de mercado superior a 68%) indicava que não só iria baixar a componente de energia que dependia de si, como baixaria ainda mais o encargo de potência da sua responsabilidade: os clientes com potência contratada de 6,9 kVA, por exemplo, beneficiariam de uma redução de 0,2474 euros para 0,2079 euros no kWh de junho para julho, e de uma descida de 0,1987 euros para 0,0664 euros por dia no custo da potência. Só que a esses valores havia que somar as tarifas de acesso à rede (que a ERSE já tinha proposto, mas ainda não aprovado na sua versão definitiva).

A EDP Comercial não foi a única empresa do mercado a reagir à proposta de fixação extraordinária de novas tarifas de acesso da ERSE com um anúncio público de redução de preços (ou parte deles).

Também a Galp Energia comunicou aos seus clientes no início de junho uma descida de 10% nos preços de eletricidade e gás natural, mas sem considerar as tarifas de acesso às redes. Já na passada sexta-feira foi a vez de a Iberdrola (já após conhecer a versão final da revisão da ERSE) enviar às redações um comunicado indicando um corte de 28% na componente de energia, mas sem explicitar o impacto real na fatura total dos seus clientes, apenas garantindo que estes ficariam a poupar 10% face aos preços regulados (nos quais a ERSE não mexeu).

As simulações feitas pelo Expresso indicam que pelo menos no caso da EDP Comercial a fatura final do consumidor vai subir em julho, ficando até mais alta do que nas tarifas reguladas da SU Eletricidade.

Pegámos nos valores comunicados pela EDP para clientes com tarifa simples e potência de 6,9 kVA, somando-lhes as tarifas de acesso que vigoram até final de junho e as que serão aplicadas a partir de julho. E considerámos também um desconto de 10% (que a EDP Comercial concede a quem contrate digitalmente). E a conclusão é que o preço final a pagar pelo cliente da EDP Comercial a partir de julho descerá 35% na rubrica da potência (a parte fixa da fatura), e ficará até abaixo do valor cobrado pela SU Eletricidade no mercado regulado… mas o valor final do kWh na EDP Comercial irá subir 29% (e ficará acima do custo da energia na SU).

No que toca ao custo da energia, na EDP Comercial a empresa do seu lado baixou o preço em cerca de 4 cêntimos por kWh, mas como as tarifas de acesso serão agravadas em mais de 8 cêntimos, a partir de julho o cliente final deverá ficar a pagar pela eletricidade consumida cerca de 4 cêntimos a mais por cada kWh do que paga hoje.

E fizemos um conjunto de simulações para vários volumes de consumo, para potências contratadas de 6,9 kVA, e tarifa simples, que indicam que a oferta da EDP Comercial, que nos últimos meses era mais barata que as tarifas reguladas, deverá a partir de julho sair mais cara.

Nestas simulações considerámos os preços já aprovados da EDP, os da SU Eletricidade (inalterados) e ainda os do comercializador com tarifas indexadas que mais clientes conquistou nos primeiros quatro meses do ano (dados da ERSE), a Luzboa.

As tarifas indexadas foram, durante esta primeira metade do ano, os preços mais vantajosos do mercado de eletricidade em Portugal, tendo levado algumas dezenas de milhares de famílias a adotar este tipo de tarifários, que são mais voláteis, pois o preço do kWh em cada fatura varia consoante a evolução do mercado grossista.

É já um dado adquirido que as famílias com tarifários indexados vão pagar mais a partir de julho, devido ao agravamento das tarifas de acesso à rede, sendo também possível que sofram com uma subida do preço grossista da eletricidade face aos valores médios dos últimos meses. No entanto, as tarifas indexadas deverão continuar a ser mais baratas do que os preços do maior fornecedor de eletricidade (a EDP Comercial) e do que os do segundo maior (a SU Eletricidade, regulada). É ainda uma incógnita se as tarifas indexadas se manterão competitivas face a outros comercializadores que hoje têm tarifários fixos relativamente reduzidos.

De acordo com os cálculos do Expresso, uma família com 6,9 kVA de potência contratada e um consumo mensal de 200 kWh na tarifa simples na EDP Comercial tem hoje um encargo mensal antes de impostos de 37,5 euros, que passará a 41,9 euros em julho (mais 12%). O mesmo perfil de consumo na SU Eletricidade verá a sua fatura de cerca de 41 euros inalterada. Na Luzboa haverá um agravamento significativo, dos atuais 12 euros por mês para cerca de 34 euros.

Uma outra simulação para um consumo um pouco maior, de 350 kWh mensais, devolve resultados similares: uma família na SU Eletricidade paga 64,48 euros mensais (antes de impostos), e assim continuará, enquanto o cliente EDP Comercial passará de 58 para 68 euros mensais, e o da Luzboa de 14 para 53 euros.

Mas tome nota: no início de julho a ERSE já terá introduzido no seu simulador de preços de eletricidade as tarifas atualizadas de todos os comercializadores, incluindo as novas tarifas de acesso. Essa será a melhor altura para comparar as novas condições e identificar as ofertas mais vantajosas para cada perfil de consumo

[–] astrologic@sopuli.xyz 2 points 1 year ago (2 children)

O Governo alterou a lei para tentar responsabilizar estas plataformas e proteger os trabalhadores. Mas só acabou por piorar as condições deles, que agora têm de se submeter a leilão para cada entrega e não têm horas controladas (ou seja, podem acabar por trabalhar mais por ganharem menos por entrega). Penso que o sistema de avaliações também tenha sido alterado.

Isto porque as plataformas alteraram as regras de forma a contornar a lei e não terem de reconhecer que efectivamente estas pessoas trabalham para eles.

[–] astrologic@sopuli.xyz 4 points 1 year ago

Certo, eu nunca disse que não deve haver comédia política, sigo até bastantes programas do género. Estava-me a referir a quem dizia que não conseguia acompanhar os temas por um programa destes estar de férias, o que implica que seria a única fonte de informação em circunstâncias normais, daí o meu "rant".

Seria, aliás, um péssimo sinal se houvesse temas interditos à comédia.

[–] astrologic@sopuli.xyz 4 points 1 year ago (4 children)

Nem são só os estafetas ou os estrangeiros. Tanto os das entregas como os dos Uber e afins têm uma condução pior que a média, pondo em perigo as pessoas que conduzem e conhecem as estradas, assim como os peões.

A pressão que têm para servir o máximo de clientes possível é a verdadeira causa disto, depois nem olham para sinalização nem nada. Tanto a conduzir como ao andar a pé já tive várias situações de quase acidente com os trabalhadores destes serviços. Espero que a fiscalização comece a fazer efeitos para mitigar a situação.

 

Ninguém sabe o número exato de estafetas que entregam refeições em Portugal, mas, pecando por defeito, deverão aproximar-se dos 2500. Parecem sempre muitos quando são vistos a ultrapassar pela direita, esquerda, a pisar riscos contínuos, a circular em contramão ou com o ziguezaguear típico de quem não conhece a cidade. A PSP está atenta e realiza operações de fiscalização regulares, como a que o JN acompanhou anteontem, e alerta para números de sinistralidade – 279 acidentes na zona do Porto, desde janeiro deste ano, mais 30 que em igual período do ano passado – envolvendo veículos de duas rodas que podem estar associados ao fenómeno dos estafetas.

“É um problema ao qual estamos atentos, com a realização destas operações. Além de fiscalizações fixas, temos viaturas que percorrem a cidade para fiscalizar estes condutores”, destacou Jacinto Ferreira, comandante da Divisão de Trânsito da PSP do Porto.

Na operação de quarta-feira foram fiscalizados 194 veículos, detidos três indivíduos (dois conduziam sem carta e o outro por desobediência) e passados 59 autos de notícia por diversas infrações, como falta de documentos, desobediência ao sinal vermelho, circulação nos passeios e, em 13 casos, por contratos ilegais de aluguer dos motociclos.

Para Filipe Santos, que tem 23 anos, é natural de São Paulo (Brasil) e foi fiscalizado na Avenida de Fernão de Magalhães, circular no Porto é uma “maravilha”. “A rua é sempre ‘retinha’. Uma delícia. Lá em São Paulo gastava duas horas para chegar no emprego”, armou ao JN. A documentação estava em ordem, mas surgiram dúvidas sobre a propriedade da moto, pois já há quem faça negócio alugando-as de forma ilegal.

“Só o podem fazer as rent-a-car. Mas sabemos que há pessoas que compram motos já com alguns anos e as alugam por 50 ou 60 euros à semana, publicitando-as online. Até lhes metem GPS para as recuperar em caso de não pagamento”, referiu fonte policial.

Filipe Santos já vai na segunda Honda PCX, compradas a uma empresa de Cascais. “Vou pagar 65 euros semanais durante 68 semanas. Para quem chega ao país, não é fácil conseguir crédito e, assim, começamos logo a trabalhar”, explicou.

Laerth Barreto, do Rio de Janeiro, intercetado na Praça de Francisco Sá Carneiro, estica o dia de trabalho até 12 ou 13 horas. Foi multado por circular em cima do passeio – estava na placa central da Fernão de Magalhães – e mostrava-se indignado por haver agentes que “fecham os olhos” e outros que multam.

“Pago 280 euros por um quarto e tenho de mandar dinheiro para a família. Agora são menos 60 euros. Sei que não posso estar no passeio, pois tirei a carta em Portugal, mas não temos onde deixar as motos”, justicou-se.

Bwauprect Singu, do Punjab, na Índia, mora com a mulher em Fânzeres, Gondomar, e procura não roubar tempo à família. “É verdade que a vida aqui é cara, mas não trabalho ao fim de semana para estar com ela, pois casámos no mês passado”, contou.

Com carta tirada há cinco anos na Índia e entretanto trocada por um título português, Singu foi detido por desobediência. A moto tinha-lhe sido apreendida por falta de seguro e, apesar de ter regularizado a situação, não apresentou o comprovativo no Instituto da Mobilidade e dos Transportes.

[–] astrologic@sopuli.xyz 5 points 1 year ago (2 children)

Não querendo ser aquela pessoa, a política e o estado do país não podem ser resumidos a programas de comédia e soundbites. Foi o que aconteceu nos EUA e as pessoas apenas se radicalizaram mais de ambos os lados, subjugando a Política a gargalhadas, punchlines e trincheiras ideológicas.

O JN (e outros jornais diários) trazem hoje resumos e análises do que foi dito ontem, pelo que recomendo que comeces por aí (p.ex. notícia JN)

[–] astrologic@sopuli.xyz 4 points 1 year ago

Surpreendentemente, nem o PSD nem o Chega conseguiram capitalizar, talvez porque a população reconhece a fantochada que tem sido a CPI de ambos os lados.

Parece que estamos num impasse sem saída à vista.

 

Quase dois meses após rebentar a crise Galamba/SIS, que monopolizou as atenções e provocou uma fratura entre Presidente da República e primeiro-ministro, a percentagem dos que acham o Governo de António Costa “mau” ou “muito mau” é a maior de sempre (71%) — mesmo entre os simpatizantes do PS há 46% que dão nota negativa ao trabalho do Executivo —, mas o maior partido da oposição não ganhou nada com isso. Aliás, ninguém na oposição ganhou.

Pelo contrário, segundo a sondagem do ICS/ISCTE para o Expresso e a SIC, não só o PSD fica na mesma (30%) nas intenções dos inquiridos sobre como votariam se houvesse hoje eleições legislativas como o PS sobe um ponto (para 31%) relativamente à sondagem de março. Aparentemente, o caso Galamba não fez mexer os ponteiros e os dois protagonistas principais do braço de ferro suscitado por esta crise, o Presidente da República e o primeiro-ministro, acabam por ganhar os dois, subindo duas décimas cada um, embora Marcelo Rebelo de Sousa continue muito à frente de António Costa.

Na escala de 0 a 10, Marcelo continua a ser a figura política mais bem avaliada (6,7) e a única com nota positiva. Mas Costa, embora com cotação negativa (4,8), aguentou-se no embate com o Presidente, cujo pedido para que demitisse o ministro das Infraestruturas pura e simplesmente ignorou. Já Luís Montenegro, que fechou 2022 com 4,5, não conseguiu capitalizar com a oposição movida ao chefe do Governo nesta crise e cai três décimas relativamente a março, ficando-se por 3,9, abaixo de Catarina Martins, que deixou a liderança do BE no último dia do trabalho de campo desta sondagem e sai com 4,1, e apenas acima de Inês Sousa Real e Rui Tavares, que empatam nos 3,3, Paulo Raimundo e Rui Rocha (3,2) e André Ventura, o pior classificado, que cai quatro décimas e fica-se por 3,0.

Muito em linha com a primeira e segundapartes desta sondagem divulgada nas últimas duas semanas, a maioria dos inquiridos — que há 15 dias vimos discordar da decisão do primeiro-ministro de manter João Galamba, mas nem por isso defender eleições antecipadas, e na semana passada ficámos a saber estar profundamente frustrada com o estado do país — confirma agora dar uma negativa pesada à atuação do Governo, mas continua sem antecipar grandes mudanças no jogo ou querer premiar o maior partido da oposição.

Feitas as contas, e com a ressalva de o trabalho de campo desta sondagem ter sido feito fora de um contexto eleitoral, o que leva os seus responsáveis a alertar que não estão aqui “intenções de voto plenamente cristalizadas e menos ainda previsões de um qualquer futuro resultado eleitoral”, os sinais possíveis dizem-nos que a direita — PSD (30%), Chega (13%), IL (4%) e CDS (1%) — somaria hoje 48%, enquanto a esquerda toda junta — PS (31%), BE (5%), CDU (5%), PAN (2%) e Livre (1%) — ficaria quatro pontos abaixo, com 44%. Um resultado muito similar ao de março — o relatório do ICS/ISCTE diz que, “do ponto de vista estatístico, é mesmo equivalente”. Como se os episódios “deploráveis” (palavras do primeiro-ministro) ocorridos no Ministério das Infraestruturas, que envolveram polícias, acusações de “roubos” e recurso ao SIS de legalidade questionável e levaram o Presidente da República a falar de “custos objetivos na credibilidade, confiabilidade e autoridade do ministro e do Estado”, não tivessem, afinal, manchado mais a imagem de uma maioria socialista que já caíra 14 pontos nas sondagens em pouco mais de um ano. Tirando o CDS, que desceu de 2% para 1%, e o PS, que subiu de 30% para 31%, todos os outros ficaram na mesma. O país parece continuar avesso a mudanças.

Para o partido liderado por Luís Montenegro esta sondagem significa que continuaria dependente de André Ventura para atingir uma maioria absoluta — somado ao IL e ao CDS, o PSD ficar-se-ia pelos 35%, acima do PS, é certo, mas abaixo de uma muito possível concertação à esquerda. E os socialistas nunca quiseram responder se viabilizariam um Governo minoritário do PSD, da mesma forma que o PSD ainda não disse que recusaria ser Governo se para isso dependesse dos votos do Chega.

Sinal positivo para Montenegro poderá ser a tendência que parece confirmar-se de uma queda continuada da avaliação do Governo, que tem sido sempre mais negativa do que positiva desde setembro de 2022, “um padrão raramente observável nos anos anteriores”, segundo se lê no relatório. Apostar num desgaste continuado e imparável desta maioria socialista tem sido a estratégia do líder do PSD, que por isso mesmo chegou sem grande pressa, tendo apenas sido obrigado a acentuar os ataques ao Governo após Marcelo Rebelo de Sousa agitar o papão da dissolução contra uma “maioria requentada”, que o primeiro ano do Executivo, ensombrado por sucessivos casos, ajudou a confirmar. Com o Presidente da República espicaçado por uma maioria de eleitores, que o querem mais exigente e vigilante, a não dar sinais de aliviar a pressão sobre o Governo, Montenegro poderá ter nas europeias do próximo ano o teste decisivo à sua liderança. A menos que, se o Governo conseguir acertar o passo e a tendência para a modorra eleitoral se confirmar em próximas sondagens, o líder do PSD ganhe tempo e espaço para perguntar: qual é a pressa

[–] astrologic@sopuli.xyz 3 points 1 year ago (1 children)

Try out simple login! You still need to trust the owners (Proton) but it solves many of your concerns.

[–] astrologic@sopuli.xyz 4 points 1 year ago

Embora limitado a casos judiciais e suspeitos específicos, qualquer Estado da UE poder pedir a outro que ceda estes dados é um pouco preocupante. Pode dificultar ainda mais a vida de dissidentes ou críticos dos governos mais autoritários que temos na União.

 

O Parlamento Europeu abriu ontem a porta, na sessão plenária que decorre até amanhã em Estrasburgo, em França, a que os metadados das comunicações eletrónicas venham a ser usados com maior facilidade em investigações judiciais no espaço comunitário, incluindo Portugal.

Em causa está a aprovação – ainda a ser conrmada pelo Conselho da União Europeia – de um regulamento que irá obrigar, mediante determinados requisitos, as operadoras de telecomunicações e outros prestadores de serviços a conservarem e entregarem às autoridades judiciárias de qualquer Estado-membro, independentemente do país europeu onde estejam representadas legalmente, provas eletrónicas sobre um suspeito criminoso concreto. A resolução legislativa não está diretamente relacionada com a controvérsia em torno do uso dos metadados pelas Polícias, mas dá já resposta às preocupações que, em 2014, levaram o Tribunal de Justiça da União Europeia a chumbar a diretiva de 2006 que deu origem à lei nacional, datada de 2008 e que por sua vez foi declarada inconstitucional, no ano passado, pelo Tribunal Constitucional.

“Estamos a falar de legislação ao abrigo do que se chama cooperação judiciária. A União Europeia não tem fronteiras de países, genericamente, mas tem fronteiras judiciárias, e o Parlamento Europeu tem vindo a trabalhar, ao longo dos anos, em diplomas diretivas, regulamentos que têm em vista facilitar a administração da Justiça naquilo que são realidades transfronteiriças”, explica, ao JN, o eurodeputado Nuno Melo, um dos relatoressombra do relatório ontem aprovado e que nasceu de uma proposta apresentada, há cinco anos, pela Comissão Europeia. Serão criados dois novos mecanismos de cooperação: a “ordem europeia de conservação de informações eletrónicas” e a “ordem europeia de entrega de informações eletrónicas”. Ambas abrangerão dados de “assinantes” (nome, data de nascimento, morada e duração de contrato e o IP), “tráfego”, entre os quais “metadados das comunicações eletrónicas, [...] incluindo dados utilizados para rastrear e identicar a origem e o destino de uma comunicação”, e “conteúdo”: “texto, voz, vídeos e som”.

Ao contrário do que acontecia com a lei portuguesa, tal não obriga a uma conservação generalizada de metadados por parte das operadoras, uma vez que as ordens abrangem apenas a informação armazenada à data da sua emissão. O objetivo é que os dados sejam conservados até 60 dias ou entregues até um máximo de dez.

O facto de tudo ocorrer no âmbito de um processo penal especíco e quanto a um suspeito fundado e a possibilidade das operadoras poderem rejeitar as ordens são outras das salva-guardas legais do regulamento.

view more: next ›