Notícias

960 readers
23 users here now

Comunidade para publicação de notícias brasileiras ou mundiais

Regras

  1. O título original publicado pelo jornal deve ser mantido;
  2. A publicação deve conter o link para a reportagem;
  3. Apenas notícias recentes são permitidas;
  4. Encurtadores de link não são permitidos;
  5. Notícias falsas e desinformação não são permitidas; A persistência na divulgação de notíficas falsas pode levar ao banimento permanente da comunidade;
  6. Notícias de jornais não confiáveis não são permitidas; Veja lista aqui;
  7. Conteúdos sensíveis (p.ex.: violentos) devem ser publicados com a tag NSFW;

Regras adicionais


Community to Brazilian and World News publications

Rules

  1. Original title should be kept;
  2. Link to the news are required;
  3. Only recent news allowed;
  4. Link shorteners are not allowed;
  5. Fake news and disinformation are not allowed; Recurring publications may lead to permanent community ban;
  6. Non-trustable newspaper are not allowed; See list;
  7. Sensitive content should be displays as NSFW;

Additional rules

founded 1 year ago
MODERATORS
76
 
 

O governo do presidente Javier Milei alterou a lei sobre o status de refugiado na Argentina e não concederá este benefício aos estrangeiros denunciados ou condenados em seus países. As mudanças estão em um decreto divulgado nesta terça-feira (22).

“Não será reconhecida a condição de refugiado a pessoas estrangeiras (…) quando, antes de serem admitidas como refugiadas na República Argentina, tiverem sido denunciadas e/ou condenadas fora do país por um crime grave”, assinala o texto, que altera a Lei Geral de Reconhecimento e Proteção ao Refugiado.

O decreto foi divulgado uma semana depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) pedir à Argentina a extradição de pelo menos 37 pessoas investigadas pela invasão às sedes dos três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

Segundo a imprensa brasileira, a solicitação abrangerá 63 pessoas investigadas pela tentativa de golpe de Estado contra o então recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 8 de janeiro de 2023.

Entre outras coisas, será negado o refúgio a quem tiver participado de “atividades terroristas, violações graves dos direitos humanos ou qualquer ação que comprometa a paz e a segurança internacionais”, segundo um comunicado compartilhado pelo Ministério da Segurança.

Na lei de 2006 da Argentina, a condição de refugiado já era negada àqueles que tivessem cometido “crimes graves” ou “atos contrários aos princípios das Nações Unidas”, enquanto o decreto de Milei detalha de que se tratam tais crimes e princípios.

Milei x Evo Morales

No começo de outubro, o governo argentino tirou o status de refugiado do ex-presidente da Bolívia Evo Morales, do qual desfrutava desde dezembro de 2019. Morales tinha chegado à Argentina após se candidatar à presidência em seu país naquele ano e renunciar em meio a denúncias de fraude feitas pela oposição.

Atualmente, ele trava uma disputa aberta com o presidente boliviano, Luis Arce, seu aliado no passado e hoje adversário pela indicação à candidatura presidencial da situação às eleições de 2025.

Em outro caso que pode ser influenciado pelo decreto, a Argentina declarou, em julho passado, o movimento islamista Hamas como uma “organização terrorista”.

A Argentina abriga a maior comunidade judaica da América Latina, com cerca de 250 mil integrantes, e foi alvo de dois atentados: contra a embaixada de Israel, em 1992, e contra a Associação Mutual Israelita (Amia), em 1994. Os ataques, somados, deixaram mais de 100 mortos.

*Com AFP

77
 
 

O Sintaema recebeu denúncia de que a Sabesp está operando sem sistema desde quinta (17), a empresa enfrenta um apagão internético. “A situação está um caos. Desde quinta, só o sistema de Controle de Reservatório (COO) que funciona, os demais sistema os trabalhadores só conseguem acessar via internet do celular ou redes externas”, explica a direção do Sintaema.

O Sindicato está em contato com os trabalhadores e trabalhadoras que estão se desdobrando para enfrentar a situação. “As informações que recebemos é que há cinco dias os setores Comercial, Poupatempo, Leitura, Atendimento ao Cliente estão parados graças ao apagão, que atinge todas as unidades da Sabesp pelo estado”, lista a direção.

Privatiza que piora!

Nesta situação, a população já sente na pele os efeitos. Após pesquisa em sites de avaliação do consumidor, como o Reclame Aqui!, verificamos que diversas reclamações da população da capital e do interior que teve sua água desligada de forma indevida há quase uma semana e não conseguem religar porque a Sabesp está sem sistema. Confira algumas das reclamações abaixo:

O Sintaema já cobrou a CH sobre o apagão da internet e está acompanhando a situação, um caos que veio logo após a provatização da Sabesp e que nunca foi visto antes na empresa.

Privatização só piora a sua vida!

caraca daqui a pouco vamo ter q lançar um SOS são paulo hein, pelamor de Deus

78
 
 

Uma história de desaparecimento e agonia teve um fim trágico e insólito na Espanha. Agostina Rubini Medina, uma universitária de 24 anos, estava em Maiorca, uma ilha espanhola localizada no Mar Mediterrâneo, quando no dia 2 deste mês sumiu sem deixar qualquer rastro. A única coisa que se sabia até então é que a jovem participava de uma festa com vários turistas naquela noite, e depois nunca mais foi vista. Ela estava muito embriagada.

Familiares e amigos espalharam vários cartazes pelas Ilhas Baleares e divulgaram amplamente pedidos de auxílio, com fotos e números de contato, e passaram as três últimas semanas numa busca intensa pela estudante. No entanto, uma investigação da polícia espanhola divulgada nesta terça (22) mostrou que a jovem teve um fim horrendo.

Inicialmente, testemunhas contaram que viram a universitária falando ao telefone ao lado de um grande contentor de lixo, numa via pública de Maiorca. Um outro homem, no entanto, contou aos policiais que ao passar pelo local naquela noite percebeu uma bolsa e uma blusa femininas colocadas de forma organizada, no chão, junto ao coletor. No rastreio do sinal do celular, as autoridades descobriram que o aparelho ficou por mais de meia hora emitindo sinal do exato ponto onde fica o contêiner de recolher resíduos, e que na sequência ele deu seus últimos sinais na usina de processamento de lixo que atende o município. Para piorar, entre os dois pontos de emissão de sinal, o percurso feito pelo aparelho foi o mesmo realizado pelo caminhão de coleta.

Todo o material recolhido pelo veículo de transporte de lixo, após chegar à usina, foi prensado, triturado e incinerado. Numa busca pelo local os peritos encontraram alguns poucos vestígios de material biológico notoriamente humano, bem como cinzas semelhantes à de cremação de cadáveres. Tudo foi recolhido e enviado para análises de DNA, mas a polícia diz já ter certeza que se tratam de restos humanos de Agostina.

O responsável pelas investigações informou que a principal hipótese para o ocorrido é a de que a universitária deixou cair algo dentro do contentor. Como estava embriagada e sem muitas condições de mensurar o perigo, a jovem teria entrado no compartimento para tentar recuperar o objeto perdido, mas provavelmente passou mal dentro da grande lixeira, ou caiu e desmaio na queda, ao chegar ao fundo, tendo permanecido inconsciente até a remoção do material.

Vocês acham que eu deveria evitar trazer notícias dessa natureza para a comunidade? Causa desconforto desnecessário em alguém?

79
 
 

Por André Uzêda, 22/10/2024 | 11h56

Fora da lista de empresas autorizadas a operar no Brasil, alguns sites de apostas estão pirateando contas oficiais de órgãos públicos para promover jogos online na internet. A prática é chamada de cloaking e é considerada extremamente nociva em meios digitais.

O cloaking acontece quando programadores desviam os usuários de suas buscas originais para levá-los a conteúdos indesejados. Em casos assim, ao digitar um tema no buscador do Google, o usuário encontra um determinado link que ele acredita estar relacionado ao assunto pesquisado. Mas, ao clicar, acaba sendo levado para páginas falsas, muito usadas em anúncios de publicidade agressiva ou tentativas de golpe.

As casas de apostas têm usado sites como do Governo do Acre, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o site oficial do Governo de Minas Gerais, da Secretaria da Agricultura de São Paulo, além de portais de diversas prefeituras e Câmaras Municipais para divulgar jogos online.

Boa parte deste conteúdo é de cassinos online ou de diferentes modalidades de slot games, como o popular ‘Jogo do Tigrinho’ (Fortune Tiger), por exemplo. O slot game está proibido pelo governo brasileiro, que só autorizou a regulamentação de jogos de cota fixa — aquelas em que o jogador entra sabendo quanto pode ganhar ao realizar cada aposta.

No ‘Jogo do Tigrinho’ e outros similares, o valor final da aposta não é definido previamente. E é justamente a imprevisibilidade do formato que acaba sendo um dos maiores atrativos para esta modalidade. Hoje, mesmo ilegal, o Tigrinho é uma enorme febre no país.

Planilha com sites pirateados

Um webempresário e programador que não quis se identificar notou que, desde março deste ano, a prática do cloaking tem sido constante nas páginas do Google. Ele dese ao ICL Notícias que, desde que a plataforma começou a utilizar Inteligência Artificial para resolver problemas de navegação, esse tipo problema se tornou mais recorrente.

O programador elaborou uma planilha com links de quase 200 páginas que estão sendo ou foram pirateadas por casas de apostas nos mais diversos temas buscados no Google. Além de órgãos públicos, há também site de veículos de imprensa e ONGs pirateados. Na maior parte das vezes, os administradores dos portais não sabem que suas páginas estão sendo usadas para outras finalidades.

“Eu acredito que eles usem portais de órgãos públicos porque são considerados mais confiáveis pelo Google. Desta forma, aproveitam que são bem ranqueados nas páginas da plataforma, para enganar o usuário e vender o produto que desejam”, pontua.

Algumas das empresas que mais aparecem na prática do coakling são a BrasCasino e a Bet6K. Nenhuma das duas consta na lista oficial do Ministério da Fazenda como empresas autorizadas para operar no Brasil. O ICL Notícias tentou contato com as duas bets, mas não conseguiu.

O empresário conta que, por diversas vezes, mandou mensagem para o Google para alertar sobre o problema e pedir a exclusão das páginas, mas não obteve resposta da plataforma.

A reportagem conseguiu contato com a empresa que representa o Google no Brasil e alertou para a prática de cloaking envolvendo órgãos públicos. Em nota, o Google disse que tem usado “sistemas avançados de combate a spam” que permitem “manter a busca 99% livre de spams”.

Informou ainda que estão “melhorando de forma contínua esses sistemas para combater o crescente volume de conteúdo com esse tipo de ameaça, incluindo spam hackeado que pode aparecer quando há vulnerabilidades na segurança de um site”.

Também garantiu que tem trabalhado para notificar os sites quando os sistemas detectam que eles podem ter sido invadidos, fornecendo “dicas para ajudar os proprietários a garantir e melhorar a segurança de suas páginas.”

A reportagem enviou a planilha para o Google e, na última consulta feita antes da publicação desta reportagem, notou que muitas páginas já haviam recuperado seus domínios originais, após dias exibindo conteúdo pirateado.

Alguns domínios públicos do serviço público continuavam enviando tráfego para sites de apostas até à noite de segunda-feira (21). O vídeo abaixo mostra dois exemplos: primeiro, o que acontece quando alguém acessa determinados links da Fundação de Cultura Elias Mansour, órgão da Secretaria de Cultura do Estado do Acre, e também o que acontece com alguns links do Portal de Dados Abertos, do Ministério do Desenvolvimento Regional:

Vídeo do Twitter, veja por conta e risco

‘Jogo do Tigrinho’ tem marketing agressivo

A prática do cloaking não é a primeira estratégia agressiva adotada pelos administradores do ‘Jogo do Tigrinho’ no Brasil. A plataforma tem contratado influenciadores digitais com muitos seguidores para estimular seu público a realizar as apostas, com o argumento de que há técnicas especiais para obter renda extra — o que pode ser considerado crime contra a economia popular, previsto na Lei nº 1.521/51.

A lógica do jogo é desafiar o apostador a conseguir combinar três figuras iguais na diagonal para ganhar um prêmio em dinheiro. Cada figura tem um valor diferente. Ainda há uma rodada bônus, multiplicando o valor final em 10 vezes.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o Tigrinho é mais utilizado entre jovens, na faixa etária de 25 a 34 anos. A maior parte dos jogadores (64%) disse usar a principal fonte de renda para fazer as apostas on-line.

A Polícia Civil de diversos estados têm realizado operações para prender grupos que usam o ‘Jogo do Tigrinho’ para lavagem de dinheiro e organização criminosa.

80
 
 

Natália Portinari, 22/10/2024 05h30

Faz pressão para o dinheiro ser pago sempre na mesma data: "(...) Isso é religioso. Não vai mais ter problema daqui pra frente, ok? Seja 700, 800, é o do mês. Depende do quanto entrar. 15 dias após fechar o mês. Combinado é combinado."

Reclama do que seria uma proposta indecorosa, o parcelamento dos pagamentos atrasados do esquema: "(...) Cássio se comprometeu a, de agora em diante, pagar o do mês, não vai deixar atrasar o do mês, senão esse troço vira uma bola de neve (...) e propôs pagar em 30 parcelas, em 30 meses. 30 meses não tem como, Cássio."

Dá uma bronca por causa de nova interrupção de pagamentos: "O que me interessa é o nosso acordo. (...) não podemos ficar indefinidamente na esperança de 'ah, agora tem a Polícia Federal, tem não sei o quê que vai acontecer (...) Porra, se nós já fizemos um esforço de aumentar de 16,5 (milhões) para 21 (milhões)", diz o prefeito.

Por fim, Busato reclama que não pode ficar um ano sem receber "a cada peido da Polícia Federal".

Cássio Souto dos Santos é o médico que estava à frente da administração do GAMP (Grupo de Apoio à Medicina Preventiva). Em 2018, ele chegou a ficar preso preventivamente no âmbito de uma operação sobre os desvios na saúde de Canoas. Em 2020, ele fez um acordo de delação premiada e entregou os áudios aos investigadores.

Os áudios em que a voz de Busato aparece foram gravados pelo próprio Cássio, durante encontros com o então prefeito, enquanto o esquema funcionava na cidade.

Procurado pelo UOL, o ex-prefeito nega a autenticidade dos áudios e diz que não cometeu nenhuma irregularidade. "Desconheço o assunto mencionado e nunca fui notificado sobre o tema em questão. Além disso, reitero que os áudios que estão circulando não são verdadeiros." Prejuízo de R$ 22 milhões Busato ocupou o cargo de prefeito de 2017 a 2020. Em 2018, o MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) apontou que haveria superfaturamento e sobrepreço (orçamento acima do preço de mercado) nos contratos da saúde do município com o GAMP.

Essa organização recebia mais de R$ 10 milhões por mês para administrar contratos diversos na área de saúde, como prestação de serviços médicos, compra de medicamentos e equipamentos.

Em dezembro de 2018, foram presas preventivamente três pessoas ligadas ao GAMP, Souto dos Santos entre elas, suspeitas de peculato e lavagem de dinheiro. O prejuízo apontado pelos promotores estaduais aos cofres públicos foi de R$ 22,8 milhões.

Em seguida, o MPF (Ministério Público Federal) acabou assumindo o caso, já que havia o uso de verbas federais da saúde nesses contratos.

A delação de Cássio Santos Souto foi feita na PGR (Procuradoria-Geral da República) por envolver um político com foro em Brasília — uma das gravações apresentadas pelo delator faz menção ao atual presidente do TCE-RS (Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul), Marcos Peixoto, e ao conselheiro Alexandre Postal.

Segundo o delator, o prefeito teria pressionado o GAMP a contratar a empresa do filho de Peixoto, Gustavo Peixoto, a P&B Engenharia, para fazer uma reforma em um hospital. Foi fechado um contrato de R$ 1,8 milhão em agosto de 2017.

A delação do médico foi homologada pela ministra Nancy Andrighi, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), em 2022. Os procuradores passaram então a investigar o "núcleo político" que se beneficiaria do esquema.

Foram abertos 46 inquéritos, todos sigilosos, dos quais 17 já viraram ações penais. As investigações envolvem tanto políticos como empresários.

Segundo a delação de Souto dos Santos, haveria uma taxa de propina de 3,5% nos contratos fechados pelo GAMP. O então prefeito receberia 50% desse valor; Germano Dalla Valentina, seu chefe de gabinete na época, ficaria com 30%, e os 20% restantes seriam repartidos entre outros funcionários da prefeitura.

Germano disse, através de seu advogado, que "sempre atuou na gestão pública com respeito à legalidade" e "nunca recebeu qualquer valor ilícito". "Trata-se de uma imputação totalmente descabida."

"No período que esteve vinculado ao gabinete do prefeito na Prefeitura de Canoas (RS), trabalhou com lisura e buscou o melhor para o município."

Os conselheiros do TCE-RS, Marcos Peixoto e Alexandre Postal, foram procurados através da assessoria do tribunal na quarta-feira passada (16), mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.

Conteúdo dos aúdios

Souto dos Santos entregou à PGR dois áudios de conversas com o então prefeito, datadas de 2018, quando o GAMP prestava serviços à prefeitura.

Em um deles, Busato cobra a retomada dos pagamentos ao núcleo político do esquema. Ele diz que, em troca de aumentar o valor do contrato da prefeitura com o GAMP, seria preciso "pegar uma parte e acertar conosco".

"Eu quero que o GAMP cumpra o compromisso conosco. Aumentamos de R$ 16,5 milhões pra R$ 20 milhões? Bom, então se estamos aumentando R$ 4 milhões, R$ 5 milhões, acho que tem condições de o GAMP pegar uma parte e acertar conosco. Ficou acertado isso que estou te falando aqui, na boa. E toca o barco."

Cássio Souto dos Santos argumenta que tinha dívidas da OS para pagar naquele momento. O prefeito diz, então, que a prioridade é o "acerto" entre eles.

"Tu tá falando em pagar dívida. Não foi isso que eu acertei com o Germano (Dalla Valentina), não foi isso que eu mandei acertar com vocês."

"Eu autorizei aumentar para que vocês tivessem um fôlego, parasse o problema, porque o que atinge vocês atinge nós. Nós somos parceiros, somos dois irmãos siameses. Os caras te cravam um prego no ombro, dói em mim também no meu."

O prefeito continua: "O que o Xaxá (Alexandre Bittencourt, seu secretário) e o Germano vieram me trazer: o Cássio se comprometeu a, de agora em diante, pagar o do mês, não vai deixar atrasar o do mês, senão esse troço vira uma bola de neve (...) e propôs pagar em 30 parcelas, em 30 meses. 30 meses não tem como, Cássio."

"Tem problemas, 'como é que eu retiro o dinheiro', não sei quê. Não sei. Tem que achar uma maneira", afirma o então prefeito ao representante da OS, segundo o áudio. "O que eu combinei com o Germano é em cima dos 21 (milhões)."

Souto dos Santos afirma que, diante de outras operações na região contra desvios na saúde, tinha dificuldade em entregar os valores combinados.

"(Eu disse ao) Germano, eu não tenho condições de trazer pra você R$ 2 milhões por mês. Primeiro, pela dificuldade. Olha o que aconteceu em Guaíba (operação do MP-RS em 2018). Das sete empresas, a única que saiu ilesa fomos nós, e olha que grampearam mais de 40 pessoas."

Greve dos caminhoneiros

No momento da gravação dos áudios, estava em andamento a greve dos caminhoneiros de 2018, dificultando o transporte interestadual.

No segundo áudio apresentado pelo delator, o prefeito diz que Souto dos Santos deveria trazer os valores de propina de avião, se fosse necessário. Germano Dalla Valentina também participa dessa conversa.

"O que me interessa é o nosso acordo. Eu sou parceiro, e acho que o Germano também, mas não podemos ficar indefinidamente na esperança de "ah, agora tem a Polícia Federal, tem nao sei o que que vai acontecer." P*rra, se nós já fizemos um esforço de aumentar de 16,5 (milhões) para 21 (milhões)", diz o prefeito.

É neste diálogo que Busato reclama que não pode ficar sem receber "a cada peido da Polícia Federal".

Cássio argumenta de volta que o caminho para os desvios deve ser "através de terceiros", contratados com verba de saúde municipal, ou "através de compras", já que seria arriscado trazer dinheiro de outros estados.

"Nós temos que ter uma segurança. Eu estou assustado (...) Tá muito complicado. Imagina botar R$ 800 mil dentro de um avião, nego me pega com avião, tô desgraçado. Não tem cabimento. (...) Eu pego avião de amigo, eu alugo. O caminho é através de terceiros ou através de compras", afirma.

O filho de Luiz Carlos Busato, Rodrigo Busato, é candidato a vice-prefeito de Canoas neste ano, na chapa de Airton Souza (PL). Ele disputa o segundo turno contra Jairo Jorge (PSD).

xiiiiii kkkkkkkkk

81
82
83
84
85
 
 

Policiais militares estão sob investigação após a circulação de vídeos que mostram agressões durante o velório de dois jovens mortos em uma ação policial em Bauru, interior de São Paulo. As imagens registradas na última sexta-feira (18) mostram agentes da PM agredindo familiares e amigos dos jovens, gerando indignação e protestos da comunidade local.

Guilherme Alves de Oliveira, 18, e Luís Silvestre da Silva Neto, 21, foram mortos na quinta-feira (17), em uma operação da PM no Jardim Vitória, um bairro periférico de Bauru. Segundo a versão policial, os dois teriam atirado contra os agentes durante uma intervenção e foram mortos no confronto. No entanto, as famílias contestam e alegam que os jovens estavam desarmados.

O velório, realizado no Cemitério Cristo Rei, tornou-se o centro de outra discordância entre os familiares e a atuação de agentes da PM. As imagens mostram que cinco policiais entraram no local e tentaram prender o irmão de Guilherme, alegando desacato. Nilceia Alves, mãe de Guilherme, tentou impedir a ação e foi agredida pelos PMs. Imagens mostram ela sendo arrastada e jogada ao chão, batendo contra um pilar. Amigos e outros familiares que tentaram intervir também foram atingidos com cassetetes.

Reações das famílias

Nilceia relatou que, ao tentar proteger seu filho mais velho, foi sufocada e teve o cabelo puxado. "Estou com a canela roxa por causa de botinadas", disse à Folha de São Paulo. O filho foi preso e, após atendimento médico, conduzido à delegacia. A mãe conseguiu retornar ao velório apenas quando o caixão de Guilherme já estava sendo retirado. Ela disse que pediu para que o filho preso pudesse ao menos se despedir do irmão, mas o pedido foi negado.

A violência no velório gerou forte reação na comunidade. Neste domingo (20), moradores do Jardim Vitória organizaram um protesto na rodovia Castelo Branco, bloqueando a via e reivindicando justiça. Balões brancos foram soltos em memória dos jovens, enquanto a polícia dispersava o protesto.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a “Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta dos policiais envolvidos e adotar todas as medidas cabíveis”.

O caso foi registrado na Delegacia Seccional de Bauru como morte decorrente de intervenção policial, tráfico de drogas e tentativa de homicídio. No entanto, as versões dos envolvidos divergem, e a investigação deve seguir para esclarecer as circunstâncias da morte dos jovens e a conduta dos policiais no velório.

Edição: Geisa Marques

86
 
 

Banco do Brasil (BB), Bradesco e Itaú Unibanco lideram um ranking global das 30 instituições bancárias que mais concederam créditos para 159 empresas de produção de commodities com risco de desmatamento que operam na América do Sul, Sudeste Asiático e África Central e Ocidental entre janeiro de 2018 e junho de 2024.

Disparado na liderança, o BB destinou, nesse período, mais de 95 bilhões de dólares, especialmente para os setores de soja (47 bilhões de dólares) e carne bovina (45 bilhões). Em seguida, vem o Bradesco (um total de mais de 14,5 bilhões de dólares) e o Itaú Unibanco (12 bilhões de dólares no total).

Os dados estão presentes no relatório Financiando o colapso da biodiversidade. Rastreamento de bancos e investidores que impulsionam o desmatamento tropical, divulgado na última quarta-feira (16) pela Coalizão Florestas & Finanças, aliança global de organizações da sociedade civil da qual a Repórter Brasil faz parte e que cobra o fim do financiamento a atividades predatórias em florestas tropicais.

O estudo analisou fluxos de créditos e participações em financiamentos a 300 empresas de seis setores de commodities – soja, carne, óleo de palma, papel e celulose, borracha, soja e madeira – cuja produção representa altos riscos de desmatamento de florestas tropicais, perda de biodiversidade e violações de direitos humanos. Um levantamento inicial foi publicado em dezembro de 2023.

Mais cinco bancos brasileiros aparecem na lista: Banco do Nordeste (5° lugar), Banco da Amazônia (7º), Sicredi (20º), Banrisul (21º) e Grupo Safra (24º).

“A grande maioria dos créditos – 70% – vai para a América do Sul, com as indústrias da soja e da pecuária bovina recebendo a maior fatia. Esse financiamento alimenta diretamente a destruição da floresta amazônica, um dos ecossistemas mais importantes da Terra”, afirmou à Repórter Brasil Merel van der Mark, coordenadora da Coalizão Florestas & Finanças.

Para Christian Poirier, diretor de Programas da Amazon Watch, uma das organizações que integram a Coalizão Florestas e Finanças, “os bancos brasileiros estão particularmente expostos a esses riscos ao possibilitarem que algumas das indústrias mais destrutivas que existem operem na Amazônia e em outros locais de grande biodiversidade”. “Essas instituições precisam ser rigorosamente reguladas e responsabilizadas por ameaçarem nosso futuro coletivo”, defende.

À Repórter Brasil, o BB afirmou que não financia empresas responsáveis por “dano doloso” ao meio ambiente e que possui “um framework de finanças sustentáveis totalmente alinhado ao Acordo de Paris e aos principais standards de sustentabilidade internacionais”. Diz também que “todas as operações de Custeio e Investimento contratadas pelo Banco passam por rigoroso processo de verificação Socioambiental”.

O Bradesco respondeu que todas as operações do programa de crédito rural do banco passam por um rigoroso processo de análise que contempla aspectos socioambientais e que cumpre integralmente todas as regras de concessão do programa. “A metodologia utiliza restritivos cadastrais para sinalizar riscos identificados a partir do cruzamento dos dados com listas públicas que dispõe sobre prática de crimes/danos socioambientais, monitoramento das áreas financiadas por satélite e visitas prévias de campo por engenheiros agrônomos para avaliação de financiamentos concedidos em áreas localizadas na região Amazônica, entre outras ferramentas de análise”, afirmou a instituição em nota enviada à reportagem.

O Itaú Unibanco, por sua vez, respondeu que segue “rigorosamente” o Código Florestal e que reafirma o compromisso com o cumprimento das leis e práticas socioambientais. “O banco mantém uma governança bastante criteriosa para a concessão de crédito para seus clientes corporativos, em especial aqueles com classificação prévia de alto risco, que passam por análises mais aprofundadas, com foco no risco socioambiental e climático”, afirma.

Já o Sicredi afirma que “possui processos e regras para liberação e manutenção de crédito em conformidade com as melhores práticas de gestão do mercado, amparados por uma Política de Sustentabilidade e por uma Política de Gerenciamento de Riscos Sociais, Ambientais e Climáticos”.

A íntegra das respostas dos quatro bancos pode ser lida aqui. Os demais bancos foram procurados, mas não retornaram aos questionamentos da reportagem. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Soja e carne

Segundo o levantamento da Coalizão Florestas & Finanças, desde a aprovação do Acordo de Paris, em 2015, as maiores instituições bancárias do mundo financiaram em mais de 395 bilhões de dólares os seis setores pesquisados. Mais de um quinto desse total (77 bilhões de dólares) foi desembolsado apenas entre janeiro de 2023 e junho de 2024.

Em relação à produção de soja no Brasil, o estudo menciona os problemas socioambientais causados por gigantes do setor como Cargill e Bunge, empresas ligadas ao desmatamento e à expulsão de comunidades tradicionais na Amazônia e no Cerrado em razão da expansão de suas operações.

Um dos conflitos lembrados pelo relatório é a luta do povo indígina Munduruku em defesa de seu território no Pará contra a construção da ferrovia conhecida como Ferrogrão – promovida por ambas as empresas –, o que, segundo o relatório, poderia resultar em desmatamento em grande escala e em violações dos direitos de indígenas e comunidades locais.

Ainda de acordo com o documento, comunidades tradicionais do Pará acionaram judicialmente a Cargill diante de sua intenção de construir um porto em suas terras tradicionais. Além disso, a companhia é objeto de uma queixa apresentada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no ano passado por conta de violações ambientais e de direitos humanos.

Em resposta encaminhada à Repórter Brasil, a Bunge afirma estar comprometida em desenvolver práticas agrícolas sustentáveis em todas suas cadeias de suprimentos e “apoiar projetos que protejam o meio ambiente, respeitem os direitos humanos e melhorem o bem-estar econômico de agricultores, colaboradores e comunidades locais”. “Usamos recursos disponíveis para garantir que cumpramos nossos compromissos, incluindo tecnologia de satélite de ponta para monitorar áreas prioritárias na América do Sul”, diz. A íntegra do posicionamento pode ser lida aqui.

A reportagem também enviou questionamentos à assessoria de imprensa da Cargill, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Outro exemplo “gritante” destacado pelo estudo é o da JBS, maior processadora de carnes do mundo. Entre 2018 e junho de 2024, a empresa recebeu mais de 1,1 bilhão de dólares em créditos, e em julho de 2024 contava com 719 milhões de dólares em investimentos. “O fracasso da empresa em rastrear suas cadeias de fornecimento de gado contribuiu para a pecuária ilegal em terras indígenas, incluindo a destruição de 477 quilômetros quadrados da Terra Indígena Parakanã, no Pará”, diz o relatório.

A JBS respondeu que desde 2009 avalia, por meio de monitoramento geoespacial, “milhares de potenciais fazendas fornecedoras de bovinos diariamente”. “A Política de Compras de Matéria-Prima da JBS proíbe a compra de propriedades com desmatamento ilegal, áreas de embargo ambiental, unidades de conservação e terras indígenas ou quilombolas, entre outros requisitos, como estar na Lista Suja do Trabalho Escravo”, afirma a nota à reportagem.

Marco Global da Biodiversidade

Para a Coalizão Florestas & Finanças, os números revelam como, sob a inação dos governos, as finanças globais têm impulsionado a degradação de ecossistemas tropicais e, assim, contribuído para a aceleração da crise global de biodiversidade, apesar da existência de acordos internacionais como o Marco Global da Biodiversidade (GBF, na sigla em inglês), aprovado em 2022 durante a 15ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP15), realizada em Montreal, no Canadá.

De acordo com o relatório, o “financiamento atual está alimentando a crise que está levando as florestas tropicais na Amazônia, na Bacia do Congo e no Sudeste Asiático ao colapso ecológico”. “As evidências indicam que, desde a adoção do GBF em 2022, a Meta 14 – que exige o alinhamento dos fluxos financeiros com as metas de biodiversidade – tem sido amplamente ignorada”.

A Coalizão Florestas e Finanças defende que é preciso alterar o fluxo de financiamentos de atividades ambientalmente destrutivas para soluções sustentáveis. “Os povos indígenas, guardiões de longa data da biodiversidade, são fundamentais nesses esforços, e devem ser apoiados por proteções legais e financeiras mais fortes.”

'Greenwashing'

O relatório chama a atenção, ainda, para o que classifica como “uma falsa narrativa de sustentabilidade” das instituições financeiras, cujas práticas apresentam uma lacuna crescente entre compromissos e ações. De acordo com o documento, mais da metade dos 30 principais bancos que financiam setores ligados ao desmatamento integram iniciativas voluntárias voltadas para uma atuação que leve em conta a preservação ambiental.

No entanto, segundo os pesquisadores, não foi possível encontrar evidências que sugiram que essas iniciativas tenham restringido fluxos financeiros prejudiciais. Assim, “tais estruturas voluntárias permitem que as empresas pareçam sustentáveis enquanto continuam com práticas destrutivas”.

A Bunge é citada pelo estudo como um exemplo desta situação. Líder no comércio de soja no Cerrado brasileiro, ela integra a “Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza” (TNFD, na sigla em inglês). “Apesar de estar ligada a mais de 60 mil hectares de desmatamento e abusos de direitos humanos, a Bunge usa a estrutura da TNFD para relatar de forma seletiva sobre os riscos relacionados à natureza, mascarando seus danos ambientais”, alerta a Coalizão Florestas e Finanças.

O relatório critica também sistemas de certificação que não garantem exigências básicas, como a de que empresas excluam de sua cadeia produtiva qualquer elo que promova desmatamento ou violações de direitos humanos. “As instituições financeiras que dependem dessas certificações são cúmplices dessa lavagem verde (greenwashing), que perpetua ainda mais os danos ambientais”, afirma o documento.

“As instituições financeiras e seus clientes corporativos têm bastante experiência na fraude do ‘greenwashing’. Ao promoverem falsas soluções, como, por exemplo, créditos de carbono e de biodiversidade, aparentam estar promovendo ações relacionadas a questões climáticas e de biodiversidade, quando, na realidade, apenas encontraram uma nova forma de continuarem lucrando com a destruição”, critica Merel van der Mark.

Edição: Paula Bianchi

87
 
 

A Justiça britânica começa nesta segunda (21) o julgamento que definirá se a mineradora anglo-australiana BHP Billiton é responsável pela tragédia do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. O processo ocorre desde 2018 e deve durar até 5 de março de 2025.

Os atingidos, incluindo municípios, comunidades indígenas, igrejas e empresas, reivindicam cerca de R$ 230 bilhões em indenizações.

O rompimento da barragem aconteceu em 5 de novembro de 2015 e liberou mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos minerais altamente poluentes. A lama percorreu 650 quilômetros pelo Rio Doce, atingiu o Atlântico, devastou localidades, matou 19 pessoas e deixou mais de 600 pessoas desabrigadas.

A defesa das vítimas vai alegar que a BHP tinha conhecimento dos riscos de rompimento da barragem e, como acionista da Samarco, deve responder pelos danos causados. A BHP está no alvo do processo por ser coproprietária, ao lado do grupo brasileiro Vale, da mineradora brasileira Samarco, que administra a barragem.

Na época da tragédia, a BHP tinha duas sedes globais, uma delas em Londres, que a empresa não mantém mais, e outra na Austrália, onde está registrado seu domicílio atualmente.

Em julho, BHP e Vale concordaram em pagar cada uma 50% das eventuais indenizações nos processos abertos no Brasil, Austrália, Países Baixos e Reino Unido. Na prática, as mineradoras vão dividir igualmente entre si os valores a serem pagos.

Em Londres, o escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG) vai representar 620 mil pessoas, 46 municípios e 1.500 empresas atingidas pelo rompimento da barragem, no processo que corre na Corte de Tecnologia e Construção da capital britânica.

A equipe do PG acredita que a BHP seja civilmente responsável pelo colapso objetiva e subjetivamente, por ação ou omissão voluntária, e que deve responder pelos danos causados na qualidade de acionista controladora.

Ainda segundo o PG, é possível alegar que a BHP tinha conhecimento dos riscos do rompimento da barragem devido a fatores como a participação de executivos da empresa nas reuniões do conselho e de comitês da Samarco, a aprovação e financiamento de projetos relevantes de sua controlada no Brasil e de auditorias constantes na joint-venture.

Além disso, declarações feitas por executivos da BHP após o desastre mostrariam que a empresa já havia identificado o risco em Mariana e havia recebido, inclusive, um laudo técnico que apontava um possível rompimento da barragem.

A base legal do julgamento será o direito brasileiro, amparada nas legislações ambiental e civil do Brasil, apesar de o processo correr em um tribunal britânico.

“Embora as leis processuais sejam as sejam as leis inglesas, a lei material, com relação à responsabilização e a quantificação do dano, é brasileira. Isso é muito interessante porque proporciona um exercício de soberania da legislação brasileira. A lei deve ser obedecida por qualquer parte mesmo por multinacionais que operam no Brasil e que repatriam os seus lucros para fora do Brasil”, explica a porta-voz do escritório, Ana Carolina Salomão.

Depoimentos

De acordo com a diretora jurídica do escritório, Caroline Narvaez, as audiências do julgamento começarão nesta segunda (21) com as declarações iniciais dos advogados de ambas as partes. A juíza responsável, Finola O’Farrell, já está lendo os documentos enviados pelas partes.

Essa primeira fase das audiências deve durar quatro dias. Nas três semanas seguintes, serão ouvidas as testemunhas da BHP, quando tanto a empresa quanto o escritório de advocacia poderão dirigir perguntas sobre questões como o nível de controle que a BHP tinha sobre barragem, sua segurança e sua conduta após o colapso.

O passo seguinte será a oportunidade de especialistas em direito ambiental, societário e de responsabilidade civil, convidados tanto pela BHP quanto pelo PG, explicarem à juíza britânica como funcionam as leis brasileiras.

“A juíza está acostumada a lidar com casos internacionais, nos quais se aplica o processo inglês, mas ela não conhece e nem deveria conhecer o direito brasileiro. O papel desses especialistas brasileiros é justamente explicar como funciona a lei no Brasil, como se aplicam as regras de responsabilidade civil, ambiental, corporativa no Brasil”, explica Caroline.

Depois de um recesso de fim de ano, as audiências serão retomadas por quatro dias em janeiro, com a oitiva de especialistas na área de geotecnia, que poderão explicar à juíza britânica detalhes técnicos relativos ao incidente.

As audiências se encerram com a sustentação oral dos advogados dos autores da ação e da BHP, o que deve ocorrer entre 24 de fevereiro e 5 de março. A previsão é que a juíza leve até três meses para divulgar sua decisão.

Nessa fase do processo, ainda não há definição de valores de indenizações, o que só deve ocorrer posteriormente, caso a BHP seja responsabilizada, mas a equipe do PG estima que os valores a serem pagos às vítimas do rompimento girem em torno de R$ 230 bilhões.

88
 
 

Que falta faz o medo da URSS

89
 
 

Cocal dos Alves, uma pequena cidade do interior do Piauí, ganhou fama nacional ao conquistar quase 300 medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).

O município, a quase 300 km de Teresina, tem pouco mais de 6 mil habitantes.

Desde 2005, estudantes da cidade somaram 299 medalhas, sendo 55 de ouro, 101 de prata e 143 de bronze. Há 18 anos colecionando exemplos de sucesso, o resultado colocou o Piauí, e Cocal dos Alves em particular, no centro do destaque na educação matemática no Brasil.

Grande parte dessas conquistas vem dos alunos do Centro Estadual de Tempo Integral Augustinho Brandão, que investe em aulas preparatórias e revisões para a OBMEP.

Esforço de professores + engajamento de estudantes: sucesso em cidade do Piauí

O esforço dos professores e o engajamento dos estudantes têm sido fundamentais para o sucesso nas competições.

Quase todas as medalhas foram conquistadas por alunos do Centro Estadual de Tempo Integral Augustinho Brandão (Ceti Augustinho Brandão), mas outras duas escolas municipais também já tiveram campeões: a Unidade Escolar Teotônio Ferreira Brandão e a Escola Rosemira Siqueira Cardoso.

Segundo o professor Antônio Amaral, que lidera o projeto desde o início, “o segredo está na dedicação dos alunos e na crença de que podem alcançar grandes resultados”.

Além das medalhas, muitos desses estudantes conquistaram bolsas de estudo e vagas em universidades, como o exemplo de Rickelmy de Brito Pereira, que se formou em Matemática e voltou à sua cidade como professor.

90
 
 

Os graves e prolongados cortes de energia registrados no Chile desde 2019 e o aumento abrupto das contas de luz após a pandemia fez com que o governo do país sul-americano colocasse em xeque o contrato que privatizou à empresa o serviço de energia elétrica em grande parte do país, em especial na Região Metropolitana de Santiago.

Os questionamentos se tornaram mais fortes em agosto deste ano, após um apagão na capital do país deixar quase 800 mil pessoas sem serviço durante dias.

O episódio em Santiago foi similar ao ocorrido em São Paulo no último fim de semana, já que foi gerado por uma tempestade de vento e chuva que levou ao corte de luz em centenas de milhares de residências. No caso chileno, a Enel também mostrou ser questionável a sua capacidade de atuar em situações de emergência, de evitar cortes de fornecimento e de atuar para restabelecer o serviço nas áreas afetadas.

A empresa se justificou alegando que o apagão foi provocado por uma tempestade sem precedentes, com ventos até 124 km/h, que segundo ela teriam sido “imprevisíveis e inevitáveis”.

Diante da insatisfação popular, o governo chileno, solicitou um estudo jurídico para analisar a possibilidade de romper o contrato de concessão à Enel. A Superintendência de Eletricidade do Chile (SEC) considerou que houve graves violações da regulamentação, já que, em algumas localidades, o serviço demorou mais de dez dias para ser restabelecido.

A resolução da SEC, publicada em setembro, também cita que três pessoas morreram devido à demora em restabelecer o fornecimento de energia – todos os casos foram de pacientes que dependiam de tratamento por equipamento elétrico.

O documento conclui que a Enel entregou “informações manifestamente falsas” durante a investigação do caso, e por isso foi aplicada à empresa uma multa de valor equivalente a quase US$ 4 milhões.

Também em setembro deste ano, o Serviço Nacional do Consumidor do Chile (Sernac) apresentou um levantamento no qual estimou em 1,7 milhão o total de pessoas afetadas pelo apagão nas províncias da região central do país – 800 mil são clientes da Enel, e os demais são clientes de outras empresas privadas que operam no país, a CGE e a Chilquinta.

A entidade também determinou que as pessoas que apresentaram reclamações formais contra as três empresas devem receber indenizações relativas ao tempo em que o serviço foi cortado.

Protestos contra a Enel

Em agosto, após vários dias de apagão, protestos massivos começaram a ser registrados em alguns bairros de Santiago e cidades pequenas da região central do Chile.

Embora a Enel aparecesse diariamente nos meios de comunicação prometendo restaurar a energia, com o passar dos dias não conseguiu concretizar nenhum dos planos de contingência apresentados. Diante disso, o presidente Gabriel Boric, juntamente com o ministro da Energia, Diego Pardow, exigiram respostas das empresas e indenizações para as pessoas afetadas.

Em uma declaração pública, o mandatário sustentou que “as empresas têm cometido infrações graves e indesculpáveis, entre as quais estão o não cumprimento dos prazos de substituição de serviços; não respeitar os compromissos para resolver a emergência; falta de destacamento de tripulações comprometidas; além do descumprimento de padrões mínimos de atendimento ao cliente”.

Além disso, Boric instruiu a elaboração de um relatório técnico para avaliar o vencimento da concessão. A legislação chilena de serviços elétricos estipula que “se a qualidade do serviço prestado não corresponder aos requisitos pré-estabelecidos nesta lei ou em seus regulamentos, ou às condições estipuladas nos decretos de concessão, a menos que a concessionária exija à Superintendência remediar tais situações nos prazos exigidos”, o presidente poderá declarar caducadas as concessões.

Presidência do Chile

Boric se reuniu com representantes da Enel para anunciar que está avaliando romper o contrato de concessão à empresa

O usuário paga tudo

Em 2019, poucos meses antes da revolta social de outubro, a então ministra de Energia do governo de Sebastián Piñera, Susana Jiménez, anunciou a substituição obrigatória dos medidores de energia elétrica, apesar de 86% dos chilenos declararam não querer.

Em uma entrevista dada à época, A então ministra também recebeu fortes críticas após uma entrevista dada à época na qual admitiu que a substituição dos medidores seria cobrada dos usuários.

“O usuário paga tudo”, disse Jiménez, fazendo desmoronar a campanha comunicacional do governo que tentava destacar as supostas virtudes dos novos dispositivos, alegando que eles permitiriam monitorizar em tempo real a prestação do serviço.

A indignação popular contra a Enel naquele então não só obrigou a ministra a renunciar como foi um dos elementos que provocou a revolta social, tanto que uma das imagens emblemáticas daquele episódio histórico foi o incêndio do prédio da Enel, em um dos primeiros protestos massivos realizados em outubro de 2019.

O economista Gonzalo Durán, pesquisador da Fundação SOL, recorda os acontecimentos de cinco anos atrás para ressaltar que o colapso causado pelas empresas privadas no setor elétrico não é algo novo no Chile, e que uma nova calamidade era algo que “já estava previsto”.

Ele também ironiza o fato de que, nas tempestades de agosto deste ano, a suposta virtude dos medidores novos não se mostrou efetiva. Aliás, durante a crise, a Enel chegou a argumentar eu não era possível restabelecer o serviço porque não sabia quantas casas estavam sem energia.

O economista acrescenta o fato de que a insatisfação popular com a empresa já vinha crescendo devido aos sucessivos aumentos nas contas de luz, que já registram uma alça de 23% este ano, algo que não se condiz com a qualidade dos serviços prestados.

Sobre o aumento, a Enel alega que sofreu um “estresse financeiro” durante o período da pandemia, mas Durán contesta essa afirmação, e afirma que “mesmo no período de congelamento das taxas, as empresas elétricas registraram um aumento real dos seus lucros em quase 99%, em valores ajustados pela inflação”.

A Fundação SOL, onde Durán trabalha, é um dos mais conceituados centros de pesquisa sobre temas econômicos do Chile. Um informe publicado pela entidade em junho de 2024 detalha que a Enel Chile S.A. acumulou, no primeiro semestre deste ano, um lucro de US$ 250 bilhões, ou seja, US$ 1,3 bilhão por dia, o que representa um aumento de 120% em relação a 2023. A empresa responsável pelo corte de energia em 23 comunas de Santiago teve um Retorno sobre o Patrimônio Líquido de 17,5%.

O Ministério da Energia do Chile admite que o Relatório Técnico para definir o vencimento ou não dos contratos poderá demorar entre seis meses a um ano. Entretanto, a diretora da SEC, Marta Cabeza, alertou que “nem o vento nem a chuva são justificativas aceitáveis para este tipo de efeitos na cidade” (cortes de energia), e apelou à empresa para melhorar o seu desempenho.

Vale destacar que o desmonte do setor energético no Chile teve início durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), com a privatização da estatal Endesa, mas se incrementou quando o país já havia recuperado a democracia, durante os governo do democrata cristão Eduardo Frei Ruiz-Tagle (1994-2000) e do socialista Ricardo Lagos Escobar (2000-2006).

91
 
 

O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, pediu ao presidente dos EUA, Joe Biden, que liberte a cidadã paquistanesa presa, Aafia Siddiqui, relata a Agência Anadolu.

Sharif expressou preocupação em uma carta enviada a Biden em 13 de outubro sobre a frágil saúde mental e física de Siddiqui na prisão, informou o diário local Dawn na sexta-feira.

Siddiqui está cumprindo uma pena de 86 anos de prisão no Texas, acusada de tentar matar um soldado americano no Afeganistão.

“Vários funcionários paquistaneses fizeram visitas consulares à Dra. Siddiqui […] todos eles levantaram suas sérias preocupações sobre o tratamento que ela recebeu”, afirmou Sharif, acrescentando que expressaram sérias preocupações sobre seu tratamento e temem que ela possa cometer suicídio.

“Você entenderia, portanto, completamente que, como Primeiro-Ministro, é meu dever solene intervir quando se torna absolutamente necessário para garantir o bem-estar de um cidadão, particularmente quando as circunstâncias são tão terríveis quanto neste caso”, acrescentou e pediu a Biden que a perdoasse e a libertasse.

Siddiqui, que obteve seu PhD pela Brandeis University, desapareceu no Paquistão em 2004 com seus três filhos menores antes de ser encontrada em uma base militar dos EUA em Bagram, Afeganistão, em 2008.

Ela foi acusada de atacar um soldado dos EUA durante o interrogatório, o que ela e sua família negaram.

Em 2010, ela foi condenada à prisão por um tribunal dos EUA.

No ano passado, as autoridades dos EUA permitiram que ela conhecesse sua irmã, Fauzia Siddiqui, no Federal Medical Centre, Carswell, em Fort Worth, Texas, depois de quase 20 anos.

92
 
 

O vídeo divulgado de Tertuliana Lustosa, que também é pesquisadora mestranda em Cultura e Sociedade, causou polêmica nas redes sociais. Em pronunciamento, Tertuliana disse que não é a primeira vez que causa comoção por causa do estudo, que já foi ministrado em outras universidades do Brasil.

93
 
 

Subprocurador-geral do MPTCU destacou demora da Enel em solucionar problema da falta de luz e pediu intervenção federal.

94
 
 

João Luiz Rosa, 11/10/2024 17h35, Atualizado há 6 dias

A Kantar Ibope Media contestou dados publicados pelo YouTube nesta semana, segundo os quais a plataforma de vídeo on-line seria mais vista que as emissoras de TV aberta no Brasil. As informações, atribuídas à consultoria, foram divulgadas pelo Google, que controla o YouTube, em um evento dirigido ao mercado publicitário na quarta-feira, dia 9. Em nota publicada nesta sexta-feira, a Kantar Ibope informou que o número se baseia no Target Group Index (TGI), de análise de comportamento do consumidor, e que não se trata de audiência. Esse indicador se baseia em enquetes e dados declarados pelo consumidor, esclareceu a consultoria. A audiência é medida segundo critérios do Painel Nacional de Televisão e do Cross-Platform View, que são auditáveis.

Na nota, a Kantar Ibope Media destaca três pontos em relação a reportagens publicadas sobre o assunto. O principal, de que “há mais adultos com 18 anos ou mais assistindo ao YouTube em uma semana regular do que em cada uma das cinco principais emissoras de TV aberta” é o que se refere ao Target Group Index, que não reflete a audiência. O TGI é uma pesquisa feita com 24 mil consumidores, que respondem a perguntas sobre seus hábitos de consumo de vídeo: por exemplo, em que plataforma preferem ver esportes ou filmes. Essas informações, porém, não são auferidas e, portanto, não servem como ferramenta para medição da audiência.

Sobre a informação de que “o YouTube é o streaming mais consumido nas TVs conectadas, com 57% de participação”, a consultoria esclarece que o dado exclui dispositivos como tablets, smartphones e computadores, além de outros aparelhos de TV e formas de consumo não-identificadas. Já a informação de que “mais de 75 milhões de pessoas assistem ao YouTube na TV no Brasil” é um dado interno da plataforma, diz a Kantar Ibope, e não do instituto.

A Kantar Ibope informou ter solicitado ao Google o envio de uma errata a todos os jornalistas que publicaram a informação e disse estar reforçando essa medida por meio de sua equipe.

Em nota, a Globo informou que a TV linear representa 74,3% de todo o consumo de vídeo no país, contra 25,7% das plataformas on-line de vídeo. A TV aberta tem 64,5% desse consumo e a TV Globo, 35,4%. “Ou seja, a TV Globo, sozinha é 38% maior do que todas as plataformas de vídeo on-line somadas, abertas ou pagas, e o dobro (120%) da principal plataforma de vídeo on-line gratuita, considerando todos os dispositivos”. As informações, ressalta a companhia, baseiam-se em dados auditados de consumo (CPV 2023), que capturam a informação e não dependem de declaração do consumidor.

Considerando apenas o consumo em TV, em que a atenção é mais concentrada, o consumo da TV Globo é mais que o dobro (166%) de todas as plataformas de vídeo on-line somadas e quatro vezes maior (355%) que a principal plataforma on-line gratuita, destaca a Globo. Ao todo, foram seis trilhões de minutos consumidos na Globo, mais de cinco vezes o consumo do segundo maior participante do mercado de TV e TV conectada.

“A Globo também fala com mais gente. A cada semana, 136 milhões de brasileiros consomem a Globo na TV, quase três vezes mais indivíduos que o segundo colocado”, informa a companhia. A plataforma de vídeo on-line mais conhecida leva 28 dias para alcançar o que a TV Globo atinge na TV em único dia.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) reforçaram, em nota sobre o assunto, “a necessidade de assegurar o uso íntegro de dados auditáveis e independentes para criarmos padrões seguros de comparação das medições de audiência do meio TV e das plataformas digitais”.

As organizações informaram que já convocaram o mercado publicitário brasileiro, ao lado da Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro) e da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), para debater alternativas de integração de métricas. O trabalho está em andamento no Fórum da Autorregulação do Mercado Publicitário (Cenp). O objetivo, explicam as entidades, é evitar o surgimento de soluções unilaterais, com fontes distintas e não certificadas de dados e sem a devida parametrização, que podem ser prejudiciais ao mercado.

O YouTube afirmou, em nota, que “tem utilizado dados da Kantar Ibope Media sobre audiência, que, conforme divulgamos, mostram como o YouTube está bem posicionado no consumo domiciliar de vídeo.” Segundo declaração de um porta-voz, a plataforma tem “a maior participação entre os streamings, com crescimento constante, o que nos coloca em posição relevante na comparação com os canais de TV aberta e fechada.”

crl a surra q a kantar deu no youtube hein

95
 
 

O Tribunal de Hasslehölm, na Suécia, concedeu uma pensão parcial por invalidez a Roger Tullgren, de 42 anos, por reconhecê-lo como ‘viciado‘ em heavy metal. O caso, que ocorreu em 2015, foi destacado em uma recente publicação no LinkedIn por Francisco Trujillo, professor de Direito Laboral e Previdenciário da Universidade Jaume I Castellón.

Roger Tullgren, após uma década de lutas legais, conseguiu que sua intensa dedicação ao heavy metal fosse reconhecida como uma condição que limita sua capacidade de manter um emprego estável.

“Há dez anos que tento que a minha situação seja reconhecida como deficiência. Falei com vários psicólogos que constataram que sofro de uma situação de discriminação”, disse Tullgren.

A paixão de Tullgren pelo heavy metal iniciou na juventude e se intensificou, afetando significativamente sua vida profissional.

Em 2006, ele foi a mais de 300 concertos de heavy metal, o que frequentemente resultava em demissões. Segundo ele, sua necessidade de frequentar tais eventos tornava insustentável qualquer rotina de trabalho convencional.

O processo legal culminou em 2015 com o reconhecimento de sua condição pelo tribunal, que concedeu a ele um subsídio mensal de 400 euros.

Esse arranjo financeiro permitiu que Tullgren mantivesse um emprego parcial como lavador de pratos em um restaurante, onde tem a liberdade de usar suas roupas de heavy metal durante o trabalho.

Segundo ele, esse arranjo oferece um equilíbrio ideal para conciliar sua paixão pela música com suas responsabilidades profissionais.

Essa decisão foi destacada por Trujillo como um momento marcante tanto para a legislação sueca quanto para a comunidade do heavy metal, evidenciando a singularidade do caso em um contexto global.

Eu não sei vocês mas eu chorei lendo isso.

Edit: chorei de rir!

96
97
 
 

O técnico do PCS Lab Saleme, Ivanilson Fernandes dos Santos, responsável pelos exames nos órgãos transplantados que infectaram com o vírus HIV seis pacientes receptores, foi um dos presos nesta segunda-feira (14), pela polícia do Rio de Janeiro.

Em seu depoimento, que o Jornal Nacional da TV Globo teve acesso com exclusividade, ele afirmou que havia uma ordem interna para “economizar”. Ele afirmou sobre o controle de qualidade da sorologia que "até dezembro de 2023, realizava diariamente esse controle, que é necessário para evitar erros; que a partir do início do ano de 2024 o controle de qualidade passou a ser semanal e de responsabilidade da coordenadora Adriana Vargas".

Perguntado sobre a diferença entre se fazer esse controle diariamente ou uma vez por semana, ele afirmou:

“Podem ocorrem erros, pois os reagentes ficam degradados por permanecerem muito tempo na máquina analítica; que o controle é uma segurança da certeza do resultado e, por isso, deve ser diário”, disse.

Ele afirmou ainda acreditar ter recebido a ordem de não fazer mais testes diários "por questão de economia dos kits de reagentes, que são muito caros". Durante seu depoimento ele ainda disse que “acreditava que algo de errado ocorreria, e por isso estava pensando em se desligar, mas na última sexta-feira foi desligado, recebendo aviso prévio”.

Adriana não se manifestou Ao final, Ivanilson contou que “quando houve mudança do controle de qualidade, Adriana Vargas disse que a ordem era para economizar porque estava tendo muitos gastos”.

A polícia ainda teve acesso a um recado de Adriana em um grupo de mensagens de pessoas que trabalhavam no laboratório na semana passada:

"Pessoal, o negócio foi feio. Me parece que um dos nossos técnicos, em janeiro e maio, liberou um resultado da central transplantadora errado, onde está dando no repórter contaminação de cinco pacientes. Estou apavorada. Me parece que esse mesmo técnico fez outra liberação em maio também. Não sei ainda tudo do ocorrido", escreveu ela.

O Jornal Nacional tentou contato várias vezes com a Adriana Vargas, coordenadora do laboratório, sem sucesso.

O barato que custa caro.

98
 
 

ChatGPT, este orçamento é de esquerda ou de direita? “Esquerda”, diz ele De esquerda, mais progressista do que conservador e pouco liberal. É com estas palavras que a Inteligência Artificial classifica o Orçamento do Estado para 2025.

que porra de materia é essa kkkkk

tive q lançar aqui pelo raio do titulo e do subtítulo, nao vo ler isso ai nao

99
 
 

Há sete anos, em 15 de outubro de 2017, a criticada Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) encerrou sua ocupação no país. Liderada pelo governo brasileiro, a iniciativa foi responsável pela morte de milhares de haitianos e por violações sistemáticas dos direitos humanos.

A missão foi estabelecida em 1º de junho de 2004. Naquela época, o país encontrava-se mergulhado em uma espiral de violência que culminou com o golpe de Estado contra o então presidente Bertrand Aristide, um líder popular que tinha sido um padre salesiano ligado à teologia da libertação.

Desde então, a missão de estabilização, composta por tropas de 16 nações, ocupou o Haiti com o objetivo de "estabilizar o país" e "promover eleições livres". A ocupação militar durou 13 longos anos. Durante esse período, cerca de 37,5 mil soldados brasileiros, organizados em contingentes em permanente rotatividade a cada seis meses, participaram da missão no país caribenho.

O Brasil já tinha se juntado a missões militares da Organização das Nações Unidas (ONU), sendo a primeira vez em 1947, nos Bálcãs, mas nunca antes havia exercido o comando militar. Ao assumir a responsabilidade de liderar a Minustah, por convite do Conselho de Segurança da ONU, o governo buscou construir uma imagem internacional de liderança, especialmente na América Latina e no Caribe.

A missão militar deixou um histórico de violência e violações de direitos humanos no Haiti, com mais de 30 mil mortos e 2 mil vítimas de abusos sexuais, em sua maioria mulheres e crianças.

O general Augusto Heleno foi o primeiro brasileiro a chefiar a Minustah, entre 2004 e 2005. Posteriormente, ele assumiria um papel de destaque durante o governo de Jair Bolsonaro como chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e chefe de inteligência.

Não demorou muito para que surgisse polêmica em torno de sua figura. Em julho de 2005, tropas sob seu comando realizaram uma operação de "pacificação" em Cité Soleil, uma das maiores favelas de Porto Príncipe, a capital haitiana.

A "operação" foi denunciada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pelo Centro de Justiça Global. A denúncia foi baseada em vários depoimentos de moradores locais que declararam que, nas primeiras horas da manhã, cerca de 300 homens invadiram o bairro, matando 63 pessoas.

Heleno foi demitido devido a graves acusações de violações de direitos humanos por parte das tropas que comandava. Entretanto, as forças que ele comandava permaneceram no país por mais de uma década.

Instalados nos bairros pobres de Porto Príncipe, foi a experiência de violência desses soldados que mais tarde deu origem ao embrião das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), posteriormente implantadas nas favelas do Rio de Janeiro.

Em 2010, o Haiti sofreu um terremoto de magnitude 7,0 que matou mais de 220 mil pessoas (de acordo com o governo haitiano). Foi um dos desastres naturais mais mortais já registrados.

O Conselho de Segurança da ONU decidiu aumentar a força geral da Minustah, expandindo seu pessoal no país. Os novos soldados que viajaram para a ilha introduziram doenças como a cólera, uma doença que não era registrada no Haiti há mais de um século. Cerca de 10 mil pessoas morreram em decorrência da epidemia.

Edição: Thalita Pires

100
 
 

Thaís Barcellos, 15/10/2024 19h43 Atualizado há 2 horas

Dentro do pacote de medidas de corte de gastos preparado pelo Ministério da Fazenda e do Planejamento, o governo avalia alterar o desenho das políticas de proteção ao trabalhador: a multa de 40% do FGTS para demissões sem justa causa e o seguro-desemprego. Além de oneroso para os cofres da União, a avaliação é que a sobreposição de benefícios acaba desestimulando a permanência no emprego, principalmente quando o mercado de trabalho está aquecido.

A equipe que trabalha no pacote de revisão de gastos mira um corte de R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões em despesas.

Nesta terça-feira, a colunista do GLOBO Míriam Leitão afirmou que o governo tem a intenção de retomar o combate aos supersalários no serviço público, que já é discutido no Congresso.

Atualmente, alguns adicionais, conhecidos como penduricalhos, impedem que seja cumprido o teto salarial do funcionalismo. Segundo a colunista, esse deve ser o primeiro item a ser cortado e deve possibilitar uma economia entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões por ano.

Em relação ao FGTS, uma das opções avaliadas é usar parte da multa de 40% paga pelo empregador para “financiar” o seguro-desemprego. Nesse sentido, o governo gastaria menos com o benefício para os desempregados.

A dotação orçamentária do benefício saiu de R$ 47,7 bilhões no ano passado, para R$ 52,1 bilhões na atualização do orçamento de 2024 feita em agosto, mesmo com a taxa de desemprego nas mínimas históricas atualmente.

O governo também estuda reverter a multa para o trabalhador em um imposto para a empresa, uma vez que o intuito da política é punir o comportamento do empregador que demite muito. Dessa forma, as empresas ou setores com maiores índices de demissão pagariam uma alíquota maior de imposto. É uma maneira de evitar que se tenha incentivos para demitir, mas sem estimular que o trabalhador “cave” sua própria demissão.

Nesta terça-feira, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, se reuniram para tratar da próxima etapa do programa de revisão de gastos, especificamente sobre as medidas estruturais para a contenção das despesas obrigatórias. Após o encontro, Tebet não quis detalhar os planos.

A ministra disse que há debates interditados pelo presidente Lula, como a política de ganho real do salário mínimo, que não deve ser alterada, e o arcabouço fiscal, que continuará sem mudanças. Ela afirmou, porém, que a ideia é colocar o máximo de medidas ainda neste ano para votar tudo até meio do ano que vem.

— Estamos muito otimistas que esse pacote terá condições de avançar na mesa do presidente Lula — afirmou, que não detalhou as ações, mas afirmou que uma das medidas estudadas pode abrir um espaço fiscal de até R$ 20 bilhões.

Em entrevista ao GLOBO no início de setembro, o secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas do Planejamento, Sérgio Firpo, afirmou que um dos temas em estudo é a mudança do abono salarial, que passaria a mirar a renda per capita da família, em vez do salário de seus membros. Hoje, ganham o benefício, que é uma espécie de 14º, quem recebe até dois salários mínimos (R$ 2.824).

Há também a ideia de alterar a idade mínima para o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou passar a corrigir o auxílio somente pela inflação, de modo a incentivar a contribuição para a previdência. Atualmente, o BPC é indexado ao salário-mínimo (R$ 1.412).

meu Jesus amado

view more: ‹ prev next ›