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A crescente popularidade global do TikTok fez com que o cofundador de sua empresa-mãe, a ByteDance, se tornasse a pessoa mais rica da China.

Zhang Yiming agora possui uma fortuna de US$ 49,3 bilhões (cerca de R$ 283 bilhões), um aumento de 43% em relação a 2023, de acordo com a lista do instituto de pesquisa Hurun.

Aos 41 anos, Zhang deixou o cargo de diretor-executivo (CEO no jargão empresarial) da ByteDance em 2021, mas acredita-se que ainda detenha aproximadamente 20% da empresa.

O TikTok tornou-se um dos aplicativos de rede social mais populares do mundo, apesar de preocupações em alguns países sobre seus vínculos com o governo chinês.

Embora tanto o TikTok quanto a ByteDance afirmem ser independentes do governo chinês, os Estados Unidos planejam banir o TikTok em janeiro de 2025, a menos que a ByteDance venda a operação no país.

Apesar da pressão dos americanos, o lucro global da ByteDance aumentou 60% no ano passado, elevando a fortuna pessoal de Zhang Yiming.

"Zhang Yiming é a 18ª pessoa a chegar ao topo da lista (de mais rico) da China em apenas 26 anos", disse Rupert Hoogewerf, chefe do Hurun Research Institute.

"Os Estados Unidos, em comparação, tiveram apenas quatro números um: Bill Gates, Warren Buffett, Jeff Bezos e Elon Musk. Isso dá uma indicação do dinamismo da economia chinesa."

Antes de Zhang, a pessoa mais rica da china era Zhong Shanshan, presidente da maior empresa de bebidas da China, a Nongfu Spring, de acordo com a Reuters.

Quem é Zhang Yiming?

Zhang Yiming nasceu em Longyan, no sudeste da China, em 1983.

Antes de criar sua própria empresa – a ByteDance, em 2012 –, ele trabalhou na Microsoft e no Kuxun, um dos principais sites de busca de viagens e transporte da China, que depois foi adquirido pelo TripAdvisor.

O engenheiro de software começou a trajetória de sua empresa com um agregador de notícias baseado em inteligência artificial que teve muito sucesso na China.

Ele mesmo o definiu como "um negócio de buscas" ou uma "rede social", mais do que apenas uma empresa de notícias, em entrevista para a Bloomberg em 2017.

Depois de investir em vários aplicativos, a ByteDance desenvolveu o precursor do TikTok, chamado Douyin, que foi lançado localmente em 2016. A ideia era criar vídeos musicais de 15 segundos para serem compartilhados na internet.

Em 2017, o Douyin chegou ao mercado internacional rebatizado de TikTok. Isso foi no mesmo ano em que a ByteDance comprou o aplicativo Musical.ly, herdando mais de 20 milhões de usuários ativos, que ajudaram na expansão do TikTok.

Num perfil na revista americana Time, Zhang é descrito como uma pessoa "discreta, mas carismático"; "jovem, mas sábio".

Zhang deixou o cargo de presidente da ByteDance em 2021, após renunciar como CEO no início daquele ano, supostamente sob pressão do governo chinês.

Bilionários da Tecnologia

Zhang Yiming não é o único representante do gigantesco setor de tecnologia da China na lista.

Pony Ma, chefe do conglomerado tecnológico com atuação na indústria de jogos eletrônicos Tencent, ocupa o terceiro lugar na lista.

No entanto, a fortuna deles não é explicada apenas pelo sucesso de suas empresas, já que seus concorrentes ganharam menos dinheiro em um ano em que a economia da China apresentou dificuldades.

Apenas cerca de 30% das pessoas na lista tiveram um aumento em seu patrimônio líquido no último ano; o restante viu uma diminuição.

"A lista dos mais ricos da China encolheu pelo terceiro ano consecutivo, de forma inédita, já que a economia e os mercados de ações da China tiveram um ano difícil", disse Rupert Hoogewerf, chefe do instituto Hurun.

"O número de indivíduos na lista caiu 12% no último ano, para pouco menos de 1.100, uma redução de 25% em relação ao pico de 2021."

Hoogewerf explicou que foi um bom ano para fabricantes de smartphones, como a Xiaomi, enquanto o mercado de energia verde enfrentou dificuldades.

"Fabricantes de painéis solares, baterias de lítio e veículos elétricos tiveram um ano desafiador, com a intensificação da concorrência levando a um excesso de oferta, e com a ameaça de tarifas", afirmou.

"Os fabricantes de painéis solares viram sua riqueza cair até 80% em relação ao pico de 2021, enquanto as empresas de baterias e veículos elétricos caíram pela metade e por um quarto, respectivamente.

Nunca mais compartilho matéria da BBC falando de nenhum bilionário ou milionário, qualquer que seja!

Ninguém me obrigou, o pior é que eu fiz isso comigo mesmo.

ಥ_ಥ

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"Donald Trump é o Grinch que quer roubar o Natal."

A declaração é de autoria de Mark Cuban, talvez um dos bilionários mais conhecidos dos Estados Unidos, um cara eloquente que fala sobre política de uma maneira que poucos super-ricos falam.

Ele disse isso em 17 de outubro, quando subiu ao palco durante um ato de campanha da candidata democrata à presidência, Kamala Harris, na cidade de La Crosse, em Wisconsin, um dos sete Estados que podem decidir as eleições americanas.

Mal havia se passado uma semana desde que o homem mais rico do mundo, Elon Musk, discursou ao lado do candidato republicano à presidência, Donald Trump, durante um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia, a joia da coroa dos Estados decisivos.

Cuban e Musk estão imersos em uma batalha nas redes sociais e nos palanques, competindo para ver quem consegue angariar mais apoio para um ou outro candidato na reta final da campanha para as eleições de 5 de novembro.

Empreendedor rico e midiático

Pouca gente pode não ter ouvido falar de Elon Musk. Cuban, no entanto, é um nome menos conhecido fora dos EUA.

O início da sua carreira como empreendedor remonta a quando, aos 12 anos, começou a vender sacos de lixo de porta em porta em Mt. Lebanon, no subúrbio de Pittsburgh, cidade industrial da Pensilvânia, onde nasceu, em 1958.

Mas suas iniciativas empreendedoras se tornaram mais lucrativas depois de se formar em administração na Universidade de Indiana.

O primeiro exemplo foi a MicroSolutions, uma empresa de consultoria em informática, que ele vendeu por US$ 6 milhões em 1990, antes de fundar a empresa de capital de risco Radical Computing Inc. e fazer uma pausa para estudar teatro em Los Angeles.

E nenhuma de suas empresas foi tão bem-sucedida quanto a Broadcast.com, um serviço de streaming de áudio e vídeo que ele cocriou em 1995 — e que, três anos depois, foi comprada pelo Yahoo! por US$ 5,7 bilhões.

Hoje, após ter investido em uma série de startups, ele está à frente da Cost Plus Drugs, que desde 2022 vende medicamentos a preços mais baixos.

Mas talvez ele seja mais conhecido pelo público em geral como proprietário do Dallas Mavericks, um time da NBA, a liga de basquete americana, avaliado em 2022 pela revista Forbes em US$ 4,5 bilhões — cuja participação majoritária ele vendeu no final do ano passado, embora ainda mantenha uma participação.

Ou por suas participações no reality show de empreendedorismo Shark Tank, em que os participantes apresentam produtos ou ideias de negócio a um painel de potenciais investidores.

Com esse perfil , seria de se esperar que ele tivesse mais afinidade com Trump, também empresário e com experiência televisiva — no caso do ex-presidente, no reality show O Aprendiz.

Na verdade, houve uma época em que ele tinha, mas…

Da afinidade com Trump ao convite de Hillary

"Eu o conheço há muito tempo e, embora não fosse um grande admirador dele, fizemos coisas juntos, como um evento de artes marciais mistas (MMA, na sigla em inglês)", disse Cuban recentemente ao jornalista Astead Herndon, do jornal americano The New York Times, sobre Trump.

"Depois, tivemos nossas desavenças no Twitter, mas ele não era político e isso, para mim, representava uma grande oportunidade", explicou ao podcast The Run-Up, apresentado por Herndon, em episódio que foi ao ar em 1º de outubro.

Era 2015, e Cuban se sentia atraído pelo fato de que o magnata do setor imobiliário, que tinha acabado de se interessar por política, era um outsider.

Mas seu apoio durou pouco. Mais especificamente, até uma conversa que tiveram em 2016, quando o debate dos aspirantes a candidato republicano estava se aproximando, e Trump decidiu não participar.

"Disse a ele que era um bom momento para se dirigir aos pequenos empresários, mostrar a eles seu tino para negócios, e conhecê-los melhor. E a resposta dele foi: 'Mark Cuban e Donald Trump não vão às casas das pessoas, nem se sentam às suas mesas de jantar'", ele contou a Herndon.

"Então eu perguntei a ele: 'E o que vai acontecer se você tiver que decidir se alguém vive ou morre? Ele ficou em silêncio, e não quis continuar a conversa", lembrou Cuban, afirmando que foi isso que levou ao seu afastamento.

"Honestamente, eu achava que não tinha nenhuma chance de ele vencer (a eleição de 2016). Então, quando começou a ficar claro que havia uma chance de ele ganhar — o que, como bem sabemos, acabaria acontecendo —, comecei a ficar nervoso."

Convencido de que Trump não era a pessoa ideal para ocupar a Casa Branca, Cuban partiu para a ofensiva, criticando-o em todas as entrevistas, programas e eventos que podia.

Tanto que a então candidata democrata à presidência , Hillary Clinton, o convidou para se sentar na primeira fila de um dos debates com Trump.

'Eu confio em Harris'

Oito anos depois, Cuban continua a defender que Trump não deve assumir o comando do país.

"Prefiro votar em um sanduíche de presunto", disse ele ao jornalista do The New York Times na entrevista já mencionada, depois de garantir que havia decidido votar em Joe Biden — que não o convencia —, quando ele ainda estava concorrendo à reeleição.

"Se (Trump) estivesse aqui e estivéssemos apenas falando merda, eu me daria muito bem com ele. Mas isso é diferente de querer que ele volte a ser presidente dos Estados Unidos", afirmou ele, no fim de setembro, em outro podcast, This Past Weekend, apresentado pelo comediante Theo Von.

"Acho que você precisa de alguém em quem possa confiar. Kamala é perfeita? Não. Concordo com tudo o que ela vai fazer, dizer ou fazer? Não. Mas eu confio nela."

Ele disse que a vice-presidente é minuciosa, que avalia as propostas com cuidado, que, diferentemente de Trump, não é "uma ideóloga" — mas, sim, alguém que se concentra na resolução de problemas, e que está disposta a ouvir a comunidade empresarial .

E, acima de tudo, é melhor para a economia do país. E, portanto, para todos os americanos.

Apoio não oficial, mas forte Especialistas e analistas destacam que a missão de Cuban é justamente difundir essa mensagem, já que as pesquisas mostram que os eleitores confiam mais na capacidade de Trump de lidar com a economia.

Assim, no ato de campanha de Harris em La Crosse, o mesmo evento em que ele falou sobre Grinch e o Natal, o empresário atacou as propostas tarifárias do republicano — que propôs aumentar os impostos sobre produtos importados a um nível nunca visto, em décadas, nos EUA.

"Ele acha que a China vai desembolsar o dinheiro", Cuban alertou os presentes. "Estamos falando do cara que, em 2016, achava que o México ia pagar pelo muro", acrescentou ele, em tom de gozação.

E, embora de forma velada, ele também falou para sua própria comunidade de empresários abastados do setor de tecnologia, assegurando que, em questões econômicas, Harris, se eleita, se moveria para o centro político.

"Sou socialmente liberal, mas fiscalmente conservador (...). E acho que a vice-presidente Harris se encaixa perfeitamente em nossa missão", disse ele ao podcast do New York Times.

Mark Cuban discursando em evento de campanha de Kamala Harris em La Crosse, no Estado de Wisconsin, em 17 de outubro de 2024Crédito,Getty Images Legenda da foto,Quando perguntaram a Cuban se ele coordenava sua participação com a campanha de Harris, ele disse que cuidava da sua própria 'programação' Ben Wikler, presidente do Partido Democrata de Wisconsin, é um dos que acreditam que o perfil de Cuban e suas palavras podem influenciar o eleitorado, sobretudo um dos segmentos mais disputados da população e mais resistentes a Harris: homens com menos de 50 anos.

"Seus inúmeros seguidores, incluindo os do Shark Tank e os aspirantes a empresários em Wisconsin, sabem que ele fala sério e diz o que pensa", afirmou Wikler à NBC News.

Mas também há democratas que têm sido cautelosos, advertindo que Cuban teria sua própria agenda, e questionando que benefícios poderiam advir do alinhamento com sua candidata. Perguntas semelhantes às que estão sendo levantadas pelo apoio de Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX, a Trump.

A congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez, que representa um distrito de Nova York na Câmara dos Representantes, é uma das que alertaram sobre isso.

É que Cuban pediu a demissão do chefe da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês), Gary Gensler, por sua posição em relação à regulamentação de criptomoedas, assim como de Lina M. Khan, que chefia a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês).

"Se os bilionários que estão tentando flertar" com Harris pressionarem pela demissão, haverá "uma briga completa", afirmou Ocasio-Cortez.

Talvez seja por isso que Harris tenha evitado ser fotografada ao lado dele, diferentemente de Trump com Musk, embora Cuban continue fazendo campanha para ela extraoficialmente e tenha ajudado a fundar os grupos Venture Capitalists for Kamala ("Capitalistas de risco por Kamala") e Business Leaders for Harris ("Líderes empresariais por Harris").

Quando o jornal britânico The Guardian perguntou a Cuban na semana passada se ele coordenava suas aparições e mensagens com a campanha de Harris, o empresário respondeu: "Eu cuido da minha própria programação".

Ele tampouco é um grande doador. De acordo com uma investigação da rede NBC News, os registros da Comissão Eleitoral Federal mostram uma única doação de US$ 1 mil à deputada democrata Zoe Lofgren, em 2002, sob o nome de Cuban.

Algo que também o diferencia de Musk, cujo comitê de ação política criado para apoiar Trump — o America PAC— já investiu mais de US$ 119 milhões (R$ 678 milhões) nesta campanha eleitoral, de acordo com a organização de monitoramento sem fins lucrativos Open Secrets.

E agora o America PAC está sorteando US$ 1 milhão por dia até a eleição para um eleitor aleatório — não importa sua filiação partidária —, desde que tenha se registrado para votar e assinado uma petição. Uma prática que, conforme advertiu o Departamento de Justiça na quarta-feira, poderia violar a lei eleitoral.

Isso, além de suas contribuições pessoais, tornou o proprietário da SpaceX um dos maiores doadores individuais em toda a corrida presidencial.

Harris x Trump… ou Harris x Musk? Por tudo isso, Cuban chegou a dizer que, na verdade, o adversário de Harris na corrida pela Casa Branca não é Trump.

"Tudo se resume a querer obter votos", afirmou Cuban ao programa Squawk Box, da rede CNBC, ao comentar o sorteio diário de US$ 1 milhão realizado por Musk.

"E o mais louco é que não se trata mais da campanha de Harris contra a (campanha) de Trump, é Harris contra Elon."

"No caso dos republicanos, quem manda na área é Elon. É sobre isso que a corrida (pela presidência) tem sido realmente nas últimas duas semanas", afirmou o juiz de Shark Tank, em comunicado enviado à revista Fortune.

"Gosto do cara de uma maneira geral", disse ele sobre Musk ao podcast do New York Times.

"Acho que ele é um dos maiores empreendedores de todos os tempos. Respeito o que ele faz no âmbito empresarial."

Ele também reconheceu que se diverte ao confrontá-lo nas redes sociais.

"É engraçado, considerando quem ele é, o que ele representa, e que esta é a plataforma dele. O Twitter (agora X) é o bebê dele. E eu estou entrando pela porta da frente da casa dele", acrescentou, ressaltando que não faz isso para insultar, mas para confrontá-lo com os fatos.

"Essa é a criptonita deles: confrontá-los com os fatos."

Nesse sentido, ele já o alertou sobre Trump, como contou ao apresentador da NBC News, Chuck Todd.

"Ele vai queimar tudo o que tocar. Ele não se importa."

"Vai chegar um momento em que você vai precisar de algo de Donald Trump, e ele vai te desapontar. Te garanto."

Essa é a penúltima notícia envolvendo um bilionário que eu trago hoje!

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Quando os ataques aéreos israelenses atingiram a casa dos seus patrões no sul do Líbano, Andaku (nome fictício) se viu sozinha, trancada lá dentro e aterrorizada.

A queniana de 24 anos trabalha no Líbano como trabalhadora doméstica há oito meses, mas diz que o último mês foi o mais difícil, uma vez que Israel intensificou os bombardeios no sul do país.

"Houve muitos bombardeios. Estava demais. Meus patrões me trancaram em casa, e saíram para salvar suas próprias vidas", ela contou à BBC.

O som das explosões deixou Andaku traumatizada. Ela perdeu a conta de quantos dias ficou sozinha em casa até seus patrões voltarem.

"Quando eles voltaram, me expulsaram. Nunca me pagaram, e eu não tinha para onde ir", ela disse, acrescentando que teve a sorte de ter dinheiro suficiente para pegar um ônibus para a capital, Beirute.

A história de Andaku não é a única — tampouco a primeira deste tipo.

Na sexta-feira (4/10), autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) informaram que a maioria dos quase 900 abrigos do Líbano estavam lotados, manifestando preocupação com dezenas de milhares de trabalhadores domésticos, na sua maioria mulheres, que estão sendo "abandonados" pelos patrões desde a escalada da tensão no mês passado.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência da ONU, há cerca de 170 mil trabalhadores migrantes no Líbano; muitos deles são mulheres do Quênia, Etiópia, Sudão, Sri Lanka e Bangladesh.

"Estamos recebendo cada vez mais denúncias de trabalhadores domésticos migrantes sendo abandonados pelos patrões libaneses, sejam deixados nas ruas ou nas casas, enquanto os patrões fogem", afirmou Mathieu Luciano, chefe do escritório da OIM no Líbano, durante uma coletiva de imprensa em Genebra.

Muitos trabalhadores domésticos estrangeiros viajam para trabalhar no Líbano para poder ajudar financeiramente suas famílias em seus países de origem.

O salário médio mensal dos trabalhadores domésticos africanos é estimado em cerca de US$ 250 (R$ 1,4 mil), enquanto os asiáticos podem ganhar até US$ 450 (R$ 2,5 mil).

Os trabalhadores domésticos estrangeiros precisam se submeter ao sistema da Kafala (patrocínio) no Líbano, que grupos de direitos humanos descrevem como "perigoso".

O sistema não garante direitos de proteção aos trabalhadores migrantes — e permite que os empregadores confisquem seus passaportes e retenham seus salários. Os trabalhadores passam por agências com sede no Líbano.

"A falta de proteção legal no sistema da Kafala, combinada com a restrição da circulação, significa que muitos podem ficar presos em condições de exploração. Isso resultou em casos de abuso, isolamento e trauma psicológico entre os trabalhadores migrantes", afirmou Luciano.

"Além disso, temos conhecimento de casos de migrantes que foram trancados dentro das casas de cidadãos libaneses que estão fugindo, para cuidar das propriedades."

Mina (nome fictício), que é de Uganda, trabalha como trabalhadora doméstica no Líbano há um ano e quatro meses.

Ela contou à BBC que foi maltratada pela família para quem trabalhava e decidiu fugir e voltar para sua agência.

Na esperança de receber ajuda, Mina disse que ficou chocada ao saber que teria que trabalhar para outra família em um contrato de dois anos antes de poder voltar para casa.

"Quando voltei ao escritório [da agência], disse a eles que já havia trabalhado o suficiente para poder pagar a passagem e voltar para casa. Eles pegaram meu dinheiro, e me pediram para trabalhar em uma casa por dois anos para poder voltar", relata a trabalhadora doméstica de 26 anos.

O fato de ter que conviver com os sons ensurdecedores das explosões fez com que a saúde mental de Mina fosse afetada. Ela não conseguia realizar adequadamente as tarefas domésticas que eram atribuídas a ela e, por isso, pediu ao novo patrão para ir embora.

Ela estava trabalhando para uma família em Baalbek, uma cidade no nordeste do Líbano, no Vale do Bekaa.

"[A família] me bateu, me empurrou e me expulsou... Havia muitas bombas naquela época. Quando saí, não tinha para onde ir", diz ela.

Outra trabalhadora doméstica do Quênia compartilhou sua história com a BBC.

Fanaka, de 24 anos, conta que sua agência a enviava para trabalhar em casas diferentes a cada dois meses — e que tem sofrido com dores de cabeça constantes.

"Tenho tentado dar o meu melhor no trabalho, mas ninguém nasce perfeito", diz ela.

As mulheres revelam que enfrentaram muitos desafios enquanto viviam nas ruas, já que muitos abrigos se recusaram a acolhê-las, alegando que estavam reservados para libaneses desalojados, e não para estrangeiros.

Todas as três conseguiram chegar até a Caritas Lebanon — uma ONG libanesa que oferece ajuda e proteção aos trabalhadores migrantes desde 1994.

Em gravações de áudio enviadas à BBC, trabalhadores migrantes de Serra Leoa afirmam que dezenas deles permanecem nas ruas de Beirute e necessitam desesperadamente de alimentos.

Outros relataram à imprensa local que tiveram a entrada negada em abrigos organizados pelo governo porque não são libaneses.

A BBC entrou em contato com as autoridades locais, que negam qualquer forma de discriminação.

Fontes do Ministério da Educação disseram à BBC: "Nenhum centro específico foi designado para trabalhadores domésticos estrangeiros, mas, ao mesmo tempo, eles não tiveram sua entrada recusada".

Entende-se que alguns trabalhadores estão evitando os abrigos oficiais, temendo repercussões em relação à sua documentação legal incompleta.

Hessen Sayah Korban, chefe do departamento de proteção da Caritas Lebanon, diz que sua ONG está abrigando atualmente cerca de 70 trabalhadores domésticos migrantes, que são principalmente mulheres com filhos.

Ela afirma que é necessário mais financiamento para poder fornecer abrigo para até 250 trabalhadores domésticos; todos foram abandonados pelos patrões ou estão sem teto e tiveram seus documentos oficiais confiscados.

"Estamos tentando fornecer a eles toda a ajuda necessária; pode ser jurídica, mental ou física", explica Korban.

Ela acrescenta que muitos trabalhadores domésticos precisam de ajuda com sua saúde mental, porque ficaram traumatizados, devido a conflitos dentro das famílias para as quais trabalharam, ou como resultado do conflito mais amplo no país.

Desde o início de outubro, a OIM recebeu mais de 700 novas solicitações de pessoas em busca de ajuda para voltar aos seus países de origem.

A Caritas, junto a outras ONGs, está em contato com várias embaixadas e consulados para organizar a deportação segura de trabalhadores domésticos abandonados de volta aos seus países.

"É um processo que está em andamento. Estamos buscando um retorno seguro às suas cidades de origem, em coordenação com a OIM e os serviços de segurança libaneses", diz ela.

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Neste domingo (27), enquanto saía o resultado das urnas confirmando a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) contra a candidatura de Guilherme Boulos (Psol), famílias da Frente de Luta por Moradia (FLM) ocupavam quatro prédios na região central da capital paulista. Todas as ocupações foram despejadas pela Polícia Militar (PM).

As famílias sem-teto, com dezenas de crianças, ocuparam prédios na av. Brigadeiro, na rua Major Quedinho, na av. Nove de Julho e na rua São Bento. Nesta última, foram despejadas pela Tropa de Choque, sob o sobrevoo de um helicóptero da PM, aos gritos de “o povo na rua, prefeito a culpa é sua”.

Na rua Major Quedinho, onde o prédio foi ocupado por cerca de 80 pessoas no fim da tarde, “as pessoas foram recebidas com bomba de gás, estilhaço, alguns se feriram”, de acordo com Osmar Borges, da coordenação da FLM. “Em todas as ocupações foi usada a Tropa de Choque para retirar os sem-teto na marra, mesmo sem liminar de reintegração de posse”, afirma.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, comandada pelo ex-policial da Rota Guilherme Derrite, três homens foram detidos na ocorrência da Bela Vista. Em nota, a pasta do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) informou que a PM foi acionada “para atuar em ocorrências de invasão de propriedade entre o final da tarde e a noite de domingo (27)” e que “a situação foi controlada”.

Por volta das 22h o 3º pelotão de Choque se posicionou em frente ao prédio na av. Nove de Julho que, até então abandonado, tinha sido ocupado três horas antes por cerca de 60 pessoas. Um vídeo mostra policiais se posicionando na porta de entrada, enquanto outro agente aponta a arma de bala de borracha para uma janela. “Tem crianças aí dentro”, alerta uma pessoa atrás da câmera.

“A tropa invadiu o prédio, fazendo a identificação de todas as famílias, como se fossem criminosas, mães, crianças”, narra o coordenador da FLM. Durante a retirada da área, os sem-teto estenderam uma faixa com os dizeres “Nenhuma mulher sem casa”.

O despejo do prédio na rua da Mooca aconteceu nesta segunda-feira (28), com participação da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Por acesso à moradia no centro

Apesar de terem sido feitas no domingo em que Nunes venceu segundo turno com 59,35% dos votos contra 40,65% de Boulos, deputado federal e liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Osmar Borges explica que as quatro ocupações não ocorreram por conta da eleição municipal.

“Fazem parte de uma agenda que a FLM realiza todos os anos para falar sobre a questão da moradia no centro da cidade, dialogar com os poderes locais, reivindicar a retomada de políticas como locação social e programas habitacionais que assegurem o acesso à moradia por famílias que ganham de um até três salários-mínimos”, pontua Borges.

“Reivindicamos o aumento desses investimentos, principalmente nessas regiões mais privilegiadas de estrutura para a população de menor renda, que é a grande maioria que gera riqueza nos centros urbanos da cidade”, afirma o coordenador da FLM. “Agora vamos nos reorganizar a prepara novas jornadas de luta”, ressalta.

Edição: Nathallia Fonseca

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Que justificaçãozinha merda dos EUA para escalar a guerra contra a Rússia, hein... O poder bélico da Coréia do Norte deve ser ínfimo comparado ao da Rússia ou da China (que está apoiando a Rússia).

Fico preocupado com toda essa situação, tanto de Israel/Palestina, quanto Rússia/Ucrânia. Os EUA tem perdido influência há algum tempo, então parece que eles estão fazendo o que sabem fazer de melhor: criar situação de guerra no mundo inteiro para aumentar sua própria influência.

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Por Iara Vidal, 28/10/2024 · 14:22 hs

O Brasil não vai mais aderir à Nova Rota da Seda. O recado de Brasília à Pequim foi dado pelo principal assessor para assuntos internacionais do presidente Lula, Celso Amorim.

A decisão anunciada pelo ex-chanceler se contrapõe à uma declaração de Lula em julho passado, durante entrevista concedida a jornalistas estrangeiros em Brasília. Na ocasião, o presidente comentou que o Brasil tinha interesse em conversar com a China para aderir à Nova Rota da Seda. Nessa conversa, o objetivo seria saber em qual posição os brasileiros vão jogar. "Nós não queremos ser reserva, nós queremos ser titular".

Para Pequim, aquela fala de Lula apontava para um "golaço" diplomático. Na ocasião, a China celebrou a possível adesão do Brasil à Nova Rota da Seda, usando o futebol como metáfora para destacar a importância da cooperação.

Agora, a sensação de quem apoia a adesão do Brasil à Nova Rota da Seda é uma espécie de 7 a 1, que remete à fragorosa derrota da seleção brasileira para o time da Alemanha, no dia 8 de julho de 2014, durante a semifinal da Copa do Mundo do Brasil. O jogo aconteceu no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG), e é considerado uma das derrotas mais marcantes na história do futebol brasileiro.

Sinergia e não adesão

Em entrevista ao jornal O Globo desta segunda-feira (28), Amorim afirmou que o governo brasileiro busca elevar as relações com a China a um novo patamar, sem a necessidade de formalizar um "contrato de adesão" à Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, da sigla em inglês), o programa de investimentos chineses.

"A palavra-chave é sinergia. Não é assinar embaixo, como uma apólice de seguro. Não estamos entrando em um tratado de adesão. É uma negociação de sinergias", disse ao jornal carioca o chanceler.

A Nova Rota da Seda já conta com cerca de 150 países signatários, mas, segundo Amorim, o Brasil avaliará os projetos que sejam de seu interesse e poderá aceitá-los ou não, de acordo com suas prioridades. "O que importa é que os projetos atendam ao que o Brasil definiu", completou o assessor, durante entrevista.

Amorim participou de uma missão à China na semana passada, com o objetivo de discutir a visita de Estado do presidente Xi Jinping ao Brasil, que deve ocorrer em novembro, durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

Segundo o ex-chanceler, os projetos em análise entre Brasil e China podem incluir não apenas infraestrutura, mas também áreas como energia solar e veículos híbridos ou elétricos, e até serem ampliados para outros países da América do Sul.

Na última quarta-feira, em um evento em São Paulo, a representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai, sugeriu que o Brasil deveria ser cauteloso em relação à possível adesão à Nova Rota da Seda, o que irritou Pequim.

Em resposta, a Embaixada da China no Brasil divulgou uma nota afirmando que a recomendação de Washington "desrespeita o Brasil, um país soberano, e ignora que a cooperação sino-brasileira é igualitária e benéfica para ambos".

Gol perdido

O gol perdido pelo Brasil ao anunciar que não vai aderir à Nova Rota da Seda ocorre às vésperas da vinda ao país do presidente chinês, Xi Jinping. Está prevista uma visita de Estado dele em novembro para participar da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro e celebrar os 50 anos de relações diplomáticas sino-brasileiras celebradas este ano.

Durante sua estadia, ele participará de reuniões bilaterais com o presidente Lula para aprofundar a cooperação econômica e estratégica entre os dois países, mas agora sem adesão brasileira à Iniciativa Cinturão e Rota. Xi também deve comparecer à cúpula do G20, grupo presidido pelo Brasil este ano, onde líderes das 20 maiores economias do mundo discutirão temas globais relevantes.

Onde está a diplomacia "altiva e ativa"?

A Fórum conversou com especialistas que acompanham as relações Brasil-China sobre essa decisão brasileira de não aderir à Nova Rota da Seda.

O especialista em relações internacionais Diego Pautasso observa que o Brasil precisa fazer o cálculo da correlação de forças interna e internacional para qualquer tomada de decisão e, portanto, é preciso levar em consideração o peso e a importância dos Estados Unidos para a região e para o mundo.

Pautasso, que tem pós-doutorado em Estudos Estratégicos Internacionais, doutorado e mestrado em Ciência Política, além de graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atualmente leciona relações internacionais na UFRGS e na PUC Minas. Ele também foi professor colaborador na China, na Universidade de Ciência e Tecnologia do Sudoeste.

Ele questiona como essa decisão de ficar de fora da Iniciativa Cinturão e Rota se enquadra em uma diplomacia "ativa e altiva".

"Se o Brasil tem a ambição de ter uma região externa, como o ex-chanceler [Celso Amorim] dizia, 'autiva e ativa', precisa ser partícipe desse processo do qual nós temos essa aspiração de reorganização do sistema internacional", observa.

Pautasso pondera que a mensagem da fala de Amorim deixa o Brasil submisso aos desejos de Washington.

"Nós não vamos poder fazer parte do BRICS, nós não vamos poder fazer parte do Conselho de Segurança da ONU se a cada decisão houver receio excessivo acerca de desagradar os Estados Unidos", alfineta.

Ele também alerta para a forma com que Pequim receberá essa negativa de adesão à Nova Rota da Seda.

"Tampouco seremos um parceiro confiável à China na construção de um mundo multipolar, como ativo membro dos BRICS, se não fizermos parte de um processo de integração, que é a Nova Rota da Seda, do qual já fazem parte 150 países, a grande parte deles menor, menos expressivo e mais vulnerável do que o Brasil e que aceitaram fazer parte da iniciativa chinesa justamente porque ela não suprime a soberania, não suprime a margem de manobra diplomática do país", argumenta.

Pautasso, por fim, observa que há movimentos na política externa brasileira que destoam de determinados padrões históricos do Itamaraty e de padrões mais específicos da política externa durante os Governos Lula 1 e 2.

O governo negociou antes dessa decisão?

O professor de Direito Internacional da FGV Direito Rio e da Universidade Federal Fluminense (UFF), Evandro Menezes de Carvalho, que também tem pós-doutorado na Universidade de Pequim, critica a fala de Amorim. Ele observa que falar em “contrato de adesão” não corresponde à realidade da Iniciativa Cinturão e Rota (ICR).

"A ICR não se baseia em contrato de adesão. Não é um tratado multilateral de livre comércio proposto pela China, mas uma proposta de parceria apresentada pela China para uma relação comercial, financeira e de pessoas no âmbito da ICR cujos termos estão para ser negociados com cada parte.

Carvalho afirma que a questão que está em aberto diante do anúncio de Amorim é a seguinte: o governo brasileiro sentou para ouvir e negociar as vantagens e as condições para participar da ICR?

"Se não, como se rejeita algo que não se sabe o que ganha e como contribuir? Se sim, quais as razões então que fundamentaram a decisão de não participar? Do modo como posto pelo ex-ministro, as razões não estão claras. É para diversificar as parcerias? Então porque não procurar negociar esta diversificação no âmbito da ICR que conta com 150 países participantes?", questiona.

Falta de foco na política externa brasileira

Para Hugo Albuquerque, advogado e analista de geopolítica, a Iniciativa Cinturão e Rota já foi assinada por vários países, inclusive com recorte mais liberal do que o Brasil, como o Chile. Ele classifica a Nova Rota da Seda como um importante marco para a circulação de mercadorias e investimentos.

"O Brasil não assinar isso com seu maior parceiro internacional, a China, enquanto insiste na assinatura do acordo Mercosul-União Europeia, que é criticado inclusive pelo liberal Macron na França e muitos setores na Europa e Mercosul, consiste em uma falta de foco da política externa - cujas causas devem ser mais bem investigadas, mas sugere uma sujeição estratégica aos EUA ou a tentativa de encontrar um meio-termo que, a rigor, não existe", analisa.

7 a 1 de Washington sobre a China?

A decisão brasileira de não aderir à Nova Rota da Seda circula em Brasília desde a semana passada. De acordo com fontes da Esplanada, Lula recuou de confirmar o time brasileiro como titular na iniciativa liderada por Pequim diante de uma campanha interna no próprio governo liderada pelo Itamaraty.

A diplomacia brasileira, comandada por Mauro Vieira, avaliou que a adesão do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota poderia "comprometer a soberania brasileira". O principal articulador desse recuo de Brasília seria o diplomata Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico no Ministério das Relações Exteriores.

Esse recuo brasileiro pode ser interpretado como uma movimentação influenciada por múltiplos fatores, entre eles as pressões de Washington. A relação do Brasil com os Estados Unidos, particularmente no governo Lula, tem sido caracterizada por uma tentativa de equilibrar interesses com grandes potências globais, mantendo uma diplomacia independente.

A postura dos EUA, que vê com desconfiança a crescente influência chinesa na América Latina, pode ter exercido uma pressão significativa para que o Brasil evitasse um alinhamento formal com a Nova Rota da Seda. Washington tem utilizado canais diplomáticos para influenciar os países da região, promovendo acordos bilaterais e multilaterais que ofereçam alternativas aos investimentos chineses.

Diante desse cenário, fontes contam que Lula bateu o martelo de que o Brasil não faria parte do projeto chinês e que a palavra-chave seria "sinergia", sem uma adesão formal.

A pauta da reunião agendada entre Lula e Xi em Brasília no dia 20 de novembro em Brasília está sendo reformulada sem o anúncio da adesão brasileira à Nova Rota da Seda. O tempo do encontro deverá ser reduzido.

Essa recalibragem das relações sino-brasileiras pode indicar que o Planalto busca um equilíbrio entre manter boas relações comerciais com a China e, ao mesmo tempo, evitar desagradar os Estados Unidos e seus interesses geopolíticos na região.

Independente das razões diplomáticas, a decisão anunciada por Amorim, certamente com as bênçãos de Lula, emula em Pequim um sentimento de ter sido goleado por Washington no campo brasileiro. Um gostinho de 7 a 1.

tirando as análises q colocam td como países ali, e indo pra algo mais palpável, quais seriam os setores burgueses relacionados aos EUA q fizeram lobby contra a Nova Rota? curioso não, o q os EUA ofereceu ao gov brasileiro nesse jogo ai?

faço as perguntas pra gnt quebrar a cabeça, pq é um ngc bem grande, eu ousaria dizer q nem a indústria textil estadunidense é contra a Nova Rota, eu acho q seria outros setores q vêem essa iniciativa chinesa como prejudicial a si.

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Banco Central do Brasil, Publicado 12/01/2024 às 11:13, Atualizado 12/01 às 11:13

Começou a valer, no último dia 3, após regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN), o limite dos juros e encargos financeiros no crédito rotativo e no parcelamento do saldo devedor da fatura dos cartões de crédito. O limite foi estabelecido pela Lei 14.690, de 3 de outubro de 2023 – que criou o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal –, que determina que o valor total cobrado a título de juros e encargos financeiros no rotativo e no parcelamento da fatura do cartão não pode ultrapassar 100% do valor da dívida principal.

Portanto, a partir de agora, a dívida de quem não paga o total da fatura do cartão de crédito e entra no chamado rotativo do cartão, não pode ultrapassar o dobro do valor devido. Esse limite continua valendo mesmo se a dívida do rotativo for migrada para a modalidade de crédito parcelado. Isso significa que a cobrança de juros e de encargos financeiros sobre uma dívida com um valor original de R$100 pode elevar o valor devido a, no máximo, R$200.

Para o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, a medida é importante porque pode contribuir para redução da inadimplência e do endividamento das famílias.

“A regulamentação do CMN da Lei 14.690, de 2023, padronizou a regra e os conceitos para aplicação do limite dos juros e dos encargos financeiros cobrados no crédito rotativo e no parcelamento da fatura de cartões de crédito pelas instituições financeiras”, afirma Otávio Damaso, diretor de Regulação do Banco Central do Brasil

Uso mais consciente do cartão de crédito

A entrada em vigor do limite nos juros do cartão de crédito se soma a uma série de outras medidas recentes que o Banco Central (BC) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) têm tomado para permitir um uso mais consciente desse importante instrumento de crédito pela população brasileira e fomentar a educação financeira como um todo – são cerca de 209 milhões de cartões ativos em operação no país (dado de dezembro de 2022).

Entre essas medidas, está a Resolução BCB 365, publicada em dezembro passado, que tem como objetivo aprimorar a transparência e facilitar o entendimento das informações das faturas de cartão de crédito por parte de seus titulares, bem como incentivar a adoção de práticas de crédito responsável, o que pode reduzir os riscos de superendividamento das famílias e de inadimplemento. Saiba mais aqui.

Outro normativo é a Resolução Conjunta 8, que regula as medidas de educação financeira a serem adotadas por instituições financeiras, instituições de pagamento e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC, com vistas a, entre outras finalidades, prevenir problemas como o superendividamento. Saiba mais aqui.

nao é noticia recente, mas achei MUITO interessante ai, eu tenho uma divida aberta tbm, e a questao é q é passivel de abrir processo contra o banco pra resolver esse problema

mt gnt relata problemas com isso com o roxinho né? pessoa pega divida de 1000 reais e ta em poucos meses ta devendo 100k, 200k, ja vi até 1 milhao, taí, quem quiser só consultar um advogado e meta-lhe processinho

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O vice-presidente do PT no Distrito Federal, Wilmar Lacerda, foi preso preventivamente na quinta-feira, 24, sob suspeita de violência sexual contra duas adolescentes, de 13 e 17 anos.

Wilmar foi detido na 3ª fase da Operação Predador, deflagrada pela DPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).O processo está em segredo de Justiça para preservar o andamento das diligências e não prejudicar as investigações.

Por meio de nota enviada ao site IstoÉ, o PT informou que Wilmar foi afastado cautelarmente do partido “até que se esclareçam os graves fatos noticiados”.

Policiais civis abordaram o vice-presidente da sigla em uma via pública na Asa Sul. O celular dele também acabou sendo apreendido.

Wilmar atuou como suplente do senador Cristovam Buarque e chefe de gabinete da liderança do PT no Senado.

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Em um estacionamento a céu aberto com cerca de 30 trailers em Bristol, no sudoeste da Inglaterra, a brasileira Célia Costa, 45, abre a porta da sua caravana para mostrar os pontos positivos e negativos de ter o veículo como moradia permanente.

"Agora não pago mais aluguel, e sobra mais dinheiro. Mas olha, aqui fica muito frio no inverno, vou ter que colocar carpete. E também não dá para tomar banho."

O espaço é apertado e roupas, sapatos e várias sacolas com objetos diversos ficam expostos no local onde é a sala, quarto e também a cozinha.

Mas a comunidade é organizada e tem regras para manter a limpeza e a segurança, o que, segundo Célia, a deixa tranquila por ser uma mulher que mora sozinha.

Quando saiu de Goiânia com uma passagem só de ida para Bristol, há 5 anos, Célia buscava uma vida melhor.

Morar e trabalhar na Inglaterra, imaginava ela, lhe daria oportunidades financeiras e de qualidade de vida que não poderia ter no Brasil. "Achei que em questão de meses estaria rica", lembra ela.

Na época, sua filha, casada com um britânico, trouxe Célia e outros familiares para morarem com ela. O parentesco permitiu que Célia conseguisse os documentos necessários para se tornar uma imigrante legal.

"A gente ficou um tempo com ela e depois cada um teve que seguir seu caminho. E aí é que você vê que as coisas não são tão fáceis como a gente imagina quando está no nosso país."

Olhando para trás, Célia diz que veio para o Reino Unido com uma "ilusão".

"Não existe esse negócio de ir para outro país e enriquecer, é uma ilusão. Existem dificuldades assim como no Brasil."

"A diferença da moeda é o que atrai as pessoas. São sete vezes mais o valor do real. Aqui, convertendo para o real, eu consigo ganhar R$10.000, o mesmo que o salário da minha patroa no Brasil. Mas a gente tem que ver que eu também gasto em libras, né?"

Desde que chegou no país, sem dominar a língua inglesa, Célia fez dois tipos de trabalhos informais para ter a renda necessária para suas despesas básicas: entrega de alimentos e serviços de limpeza em casas e estabelecimentos.

Crise do custo de vida

Depois de sair da casa da filha, procurando um lugar para morar, ela se deparou com o preço alto dos aluguéis na cidade - algo que afeta não só Bristol, mas todo o Reino Unido.

Nos primeiros anos, morou em casas e apartamentos que dividia com outras pessoas. Mas os ganhos com entregas e dias de cleaner (faxineira, em inglês) não acompanhavam a velocidade com a qual os preços subiam no país.

O Reino Unido enfrenta os desdobramentos de uma crise econômica que teve o auge em 2022, quando a inflação chegou aos dois dígitos, e em 2023, quando o país ficou oficialmente em recessão.

A maior parte da população foi impactada com altas nos preços dos alimentos, de energia e, em especial, dos aluguéis - que só no último ano subiram 8,4%.

Bristol, especialmente, sentiu o impacto. Em fevereiro deste ano, o aluguel na cidade foi considerado o segundo mais caro do país, atrás apenas de Londres.

A média de preço, segundo o Office for National Statistics (ONS) do Reino Unido, chegou a £1.734 (cerca de R$12.484). Para fins de comparação, o salário mínimo no país é £1.667.20 (R$12.000).

"Para alugar apenas um quarto na casa de alguém, eram £800 a £1.000 por mês [R$5.760 a R$7.200]. Eu trabalhava, praticamente, para comer e pagar aluguel. E também tenho dívida no Brasil. Não estava conseguindo arcar com tudo."

"O que eu fiz? Eu abandonei o aluguel, comprei um trailer e fui para dentro dele, assim como muitos brasileiros aqui."

As casas em em caravanas

A comunidade de trailers - ou caravanas, nome derivado do termo inglês caravans - é formada em maioria por imigrantes, mas há também alguns britânicos vivendo ali.

"Eu diria que 80% são brasileiros. A maioria vem da região Norte ou Nordeste do Brasil, mas também têm muitos goianos como eu. E ali no final da rua tem três trailers de ingleses", conta Célia.

Acampamentos como este são considerados irregulares e tratados como 'moradia inadequada' pelo governo britânico. Quem mora aqui, na prática, entra na classificação de sem-teto pelas autoridades.

Célia pagou £1.500 (cerca de R$10.800) na caravana, e fez a mudança há seis meses.

"Eu até estou gostando, mas é complicado para a higiene pessoal. Você vai tomar banho na hora que der… Muita gente usa a academia para isso. Eu vou na casa da minha filha, que fica bem perto daqui."

A falta de aquecimento adequado é outro ponto negativo, já que os trailers não retém calor tão bem quanto casas adaptadas para isso.

Para tentar driblar o frio, a brasileira pretende adicionar um carpete ao veículo, mas ainda não sabe exatamente como vai ser quando o inverno chegar e as temperaturas caírem para cerca de 5 °C - vai ser a primeira vez que passa a estação no trailer.

Quando recebeu a visita da BBC News Brasil, Célia ainda dividia o espaço de cerca de cinco metros com a irmã, que decidiu tentar a vida no país ilegalmente há um ano e meio, e já tinha data marcada para retornar ao Brasil.

Ela diz que, como muitos, sua irmã teve dificuldades para se adaptar.

"Quando a gente vem para cá, vem com o sonho de 'vou lutar e vou conquistar'. Mas quando chega aqui, não é nada daquilo que você achava que seria, e você se deprime, sabe? Você trabalha como uma condenada. Eu trabalhava em cima da moto, das sete da manhã até uma da manhã. Uma hora você cansa. Tinha dias em que eu parava minha moto, sentava no meio-fio e chorava. E é assim que muitos brasileiros aqui vivem."

Célia diz ter feito turnos de 12 a 18 horas muitas vezes trabalhando com entrega de alimentos numa empresa britânica, a Deliveroo.

Em resposta à reportagem, a Deliveroo diz que "isso não é representativo de como os entregadores trabalham. Eles são contratados autônomos e têm total liberdade para escolher quando e por quanto tempo desejam trabalhar."

"Estamos muito preocupados ao saber sobre entregadores vivendo em condições inadequadas. A Deliveroo oferece trabalho flexível que os entregadores nos dizem que desejam, com oportunidades de ganhos atraentes e proteções", disse a empresa, em nota.

Apesar das dificuldades, Lucas*, 24, outro imigrante que veio de Goiânia para Bristol, diz ter encontrado liberdade e independência vivendo na caravana.

"Eu amo aqui. É maravilhoso, meu cantinho…"

Ele chegou à Europa há cinco anos, e diz ter passado muitas dificuldades em outros países até decidir emigrar para a Inglaterra.

"Eu já passei muita raiva com gente que alugava quarto, e acha que tem um poder nas mãos, e te humilha por isso. Aqui vim direto para o trailer, comprei o meu. É uma alternativa que não vou abandonar."

Lucas vive sozinho em um pequeno trailer, onde a sala, o quarto e a cozinha são o mesmo espaço. Ele conta que alguns vizinhos já fizeram melhoramentos: há quem tenha dois quartos, TVs modernas acopladas na sala e sistemas de som integrados aos veículos. São planos para o futuro, diz ele.

Foi seu irmão de consideração, que também reside na cidade, quem o apresentou à comunidade. Para ele, os vizinhos de trailer são um apoio e o fazem sentir menos sozinho no país estrangeiro.

"Aqui hoje todo mundo que se ajuda sabe? Chamam para ‘tomar uma’, assar uma carne, fazer bagunça... Eles não deixam o vizinho dormir, mas pelo menos convidam… É uma comunidade legal", diz Lucas, sorrindo.

Os vizinhos mantêm um grupo de Whatsapp para organizar questões como o lixo deixado e a segurança do local.

"Se alguém demora demais para chegar, mandamos uma mensagem. Também ficamos de olho nas coisas uns dos outros… É como uma família", acrescenta Célia.

A comunidade foi alvo de uma operação do departamento de imigração algumas semanas após a visita da BBC News Brasil, resultando na detenção de imigrantes que estavam no país de forma ilegal.

Por ter documento, Célia não foi afetada, mas Lucas conta ter fugido do local.

Ele diz estar com receio de ser preso e deportado, e por isso, pediu para não ser identificado na reportagem.

A BBC News Brasil pediu detalhes sobre o número de imigrantes detidos e/ou deportados ao Ministério do Inteiro do Reino Unido, mas não recebeu resposta até a publicação deste texto.

'Não recomendo que outras pessoas venham'

Célia diz que recebe mensagens de conhecidos brasileiros que se interessam pela possibilidade de uma vida mais próspera na Europa, mas que hoje não recomendaria a ninguém vir para cá.

"Eu digo: 'Não vou trazer, porque não quero que você passe pelo que eu passei e ainda passo.' Aqueles que eu trouxe já se arrependeram. Dois deles já voltaram porque não aguentaram ficar nem dois anos aqui. Por isso, eu não recomendo a ninguém sair do seu país para tentar algo aqui. Não recomendo de jeito nenhum."

Segundo ela, os pagamentos por entregas feitos pela Deliveroo, principal empresa a qual presta serviços, diminuíram nos úlitmos anos, algo que atribui ao aumento de entregadores na região.

Em resposta BBC News Brasil, a empresa disse que "só integra mais entregadores onde eles são necessários para garantir que a oferta atenda à demanda dos consumidores e onde possa oferecer ganhos atrativos para os entregadores".

Célia também afirma ter visto muitos voltarem ao país em uma situação pior do que a tinham antes.

"Venderam o carro, a casa, praticamente tudo que tinham para vir para cá e não conseguiram recuperar o que gastaram. Então, eu não recomendo. Tenho minha irmã, que veio há um ano e meio e também está retornando. Ela não conseguiu o que veio buscar aqui."

A irmã de Célia escolheu solicitar o retorno voluntário, uma iniciativa do governo britânico oferecida a imigrantes que não têm permissão legal para residir no território.

De acordo com o site do governo, se a pessoa for elegível, o serviço de retornos voluntários pode ajudar explicando as opções para voltar para casa, ajudando a obter documentos de viagem, como um passaporte, e pagando pela passagem área se a pessoa não tiver condição de arcar com essa despesa.

O imigrante também pode ser elegível para solicitar apoio financeiro de até £3.000 (aproximadamente R$21.600), o que a irmã de Célia conseguiu.

O governo considera que esse valor pode ser utilizado para encontrar um lugar para viver, conseguir um emprego ou iniciar um negócio no país de origem.

nLucas também diz não recomendar a emigração para qualquer pessoa.

"Depende bastante de quem é a pessoa. Eu falaria, olha, meu amigo, aqui acontece de tal jeito. É o que tu quer? Aí vai dele, né? Eu não vou mentir e iludir o pessoal, porque fácil não é."

Apesar disso, ambos não querem voltar para o Brasil.

"Aqui você ainda consegue conquistar mais coisas, como um bom carro por um preço mais acessível. Sinceramente, não me vejo mais no Brasil", diz Lucas.

"É uma escolha difícil, porque, apesar de viver melhor financeiramente, você acaba perdendo o convívio com quem ama e as pequenas alegrias que tinha lá", complementa Célia.

"A Inglaterra é um país em que, mesmo sendo pobre, você vive melhor do que no Brasil. A gente consegue ir a restaurantes, comprar roupas boas... Mas isso tem um preço: ser escravizado pelo trabalho. A vida se resume a trabalhar para viver, e viver para trabalhar", diz a brasileira.

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Por Combate.com — Rio de Janeiro, 24/10/2024 15h25 Atualizado há 5 horas

A notícia do falecimento de Maguila foi confirmada pela sua esposa, Irani Pinheiro, em entrevista ao canal de TV "Record".

"Ele estava, ficou 28 dias internado, e a gente procurou não falar com a imprensa, porque eu procurei cuidar da minha família. É o momento de cada um. O Maguila estava há 18 anos com encefalopatia traumática crônica... Há 30 dias, foi descoberto um nódulo no pulmão, ele sentiu muitas dores no abdômen, tiraram dois litros de água do pulmão, não conseguimos fazer a biópsia", relatou Irani.

Maguila nasceu no dia 11 de julho de 1958, em Aracaju. Dos 17 anos em que lutou, acumulou um cartel de 85 lutas, 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico. Com seu jeito carismático e suas entrevistas folclóricas, foi cativando o público. Entre as lutas mais especiais da carreira, estão os confrontos com nomes como Evander Holyfield e George Foreman.

"Eu me interessei por boxe porque eu sempre fui fã do Muhammad Ali, do Cassius Clay. Sempre fui fã dele e disse: vou lutar boxe. Gostava demais dele. Quando eu comecei a assistir, nem televisão tinha em casa", disse ao ge em 2015.

Mas o início no pugilismo só viria mais tarde. Logo aos 14 anos, o então jovem Adilson foi para São Paulo para ser ajudante de pedreiro. A vida na capital paulista trouxe muitas dificuldades, inclusive a fome.

"Fiquei amarelo, pálido. Foram três meses (comendo) pão com banana. Minha morada era um caminhão abandonado no Butantã, desses que carregam entulho. Quando o dono descobriu que eu dormia lá, tirou o caminhão, e eu fiquei (dormindo) no poste", disse o lutador em 1987, ao documentário "Maguila", de Galileu Garcia, lançado em 1987.

Profissão: pugilista

Começou a treinar em 1979, e a primeira luta veio dois anos depois, em 1981. Foi na “Forja de Campeões”, maior evento de boxe do Brasil, que acontece desde 1941, sob o comando do técnico Ralph Zumbano, tio de um de seus ídolos, Éder Jofre.

O primeiro título brasileiro veio em 1983, ao vencer Waldemar Paulino, no icônico ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Maguila se manteve no topo da categoria no Brasil e dono do título até 1995. Foi campeão sul-americano pela primeira vez em 1984, ao nocautear o argentino Juan Antonio Figueroa ainda no primeiro round, também no Ibirapuera. Ele manteve o título por 10 anos.

"Aquela luta terminou a minha carreira, porque deslocou a retina do olho direito. Para o Maguila foi um trampolim para decolar na carreira. Salvaram meu olho depois de duas cirurgias. Era muito perigoso continuar minha carreira nessa situação. Tive que decidir e parei", contou Falconi ao ge em 2019.

Maguila também conquistou o cinturão das Américas pelo Conselho Mudnial de Boxe (WBC), em 1986, e da América Latina pela Associação Mundial de Boxe (WBA) e pela Federação Internacional de Boxe (IBF), ambos em 1996.

Apesar de não ter conquistado o título por uma das quatro principais organizações mundiais de boxe, Maguila foi o primeiro brasileiro campeão mundial dos pesos-pesados. Em 1995, ele venceu Johnny Nelson, em Osasco, e conquistou o cinturão da Federação Mundial de Boxe (WBF), uma entidade considerada de segunda prateleira.

Maguila pendurou as luvas em 2000 e foi nocauteado por Daniel Frank em seu adeus aos ringues, no dia 29 de fevereiro daquele ano.

Holyfield e Foreman: as maiores lutas da carreira

No dia 15 de julho de 1989, o Brasil parou para assistir ao duelo de Maguila com Evander Holyfield. O brasileiro vinha de uma sequência de 18 vitórias, incluindo o marcante triunfo por pontos sobre James "Quebra-Ossos" Smith, em 1987, e vivia o melhor momento de sua carreira. No primeiro round, o sergipano até levou a melhor, mas a alegria durou pouco. No assalto seguinte, o norte-americano conquistou uma vitória contundente com um nocaute fulminante.

"A luta contra Maguila foi importante para mim. Ele era número um e meu objetivo era ser o número um e forçar a luta contra Tyson. Eu treinei para isto. Nós lutamos, eu o nocauteei, e as pessoas sentiram que eu tinha força, assim como Tyson", disse Holyfield, em entrevista ao Esporte Espetacular, em 2015.

Em 16 de junho de 1990, Maguila enfrentava novamente um grande nome do boxe mundial, um ano após ser derrotado pelo então campeão mundial Evander Holyfield. Aos 32 anos, em Las Vegas, Maguila subia ao ringue para enfrentar George Foreman na preliminar da luta entre Mike Tyson e Henry Tillman.

Na época, Maguila ostentava um cartel importante nos pesos-pesados, com 36 vitórias e o 10º lugar no ranking da Associação Mundial de Boxe (WBA). Do outro lado do ringue, Foreman, com 41 anos, lutava para poder disputar novamente o cinturão da categoria.

"Falar sobre o Foreman é pensar em cair de novo. Só em falar dele dá vontade de cair", brincou Maguila ao relembrar a luta. "O "véio" era uma parada dura. O que eu vou contar são as quedas que levei, batia no "veio" e ele nem se mexia. Ali foi problema, estou vivo e tranquilo. Se ficasse em pé ele me matava", disse Maguila ao ge.

Fora dos ringues

Em 2009, lançou o álbum "Vida de Campeão", com a música que dá nome ao disco, de sua autoria, e a gravação de sambas consagrados. Também realizou alguns trabalhos na TV, inclusive como comentarista de economia.

Fã de samba, Maguila foi homenageado ao virar enredo da escola de samba "Me Chama Que Eu Vou", no desfile virtual de 2021. A canção "Para que nunca se esqueça, um abraço, Maguila", é de autoria do compositor Thiago de Souza (confira a música no vídeo abaixo).

A demência pugilística

Em 2013, foi diagnosticado com encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística. Trata-se de uma doença neurodegenerativa e irreversível, causada por golpes na cabeça. Além de Maguila, a condição acometeu outros grandes nomes do esporte, como o também pugilista e campeão mundial Éder Jofre e o zagueiro Bellini, campeão da Copa do Mundo de 1958 com o Brasil.

De início, os sintomas pareciam esquecimentos normais de carteiras, chaves. Até que as situações se tornaram mais graves e perigosas, como quando o ex-lutador saía de casa e ficava perdido, desorientado. Uma agressividade inesperada foi surgindo, e sua esposa, Irani Pinheiro, buscou ajuda dos especialistas. O primeiro diagnóstico veio em 2010: Mal de Alzheimer, doença progressiva que destrói funções cerebrais. Mas tudo começou a fazer mais sentido três anos mais tarde, depois do segundo diagnóstico: demência pugilística.

"Ele vem sofrendo há 18 anos, nessa luta com ele tentando dar uma qualidade de vida melhor. A gente sempre cuidou do Maguila com muito carinho. Agradeço a todos os brasileiros que torceram. A doença é complicada, a gente tentou fazer o melhor. Eu casei em 1989 com o Maguila, aos 18 anos; hoje eu tenho 58 (anos), 40 anos de casada. A gente teve momentos bons e ruins, mas Deus sempre esteve conosco", comentou Irani.

"Quero mandar um abraço para todos os meus fãs do Brasil. Um abraço grande para eles", disse Maguila, em uma de suas últimas entrevistas ao ge.

Confira a nota de pesar emitida pelo Ministério do Esporte:

"O Ministério do Esporte lamenta o falecimento de José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, um dos maiores nomes da história do boxe brasileiro. Maguila faleceu nesta quinta-feira (24), aos 66 anos, deixando um legado esportivo inestimável e uma trajetória marcada por conquistas.

Nascido em Aracaju (SE), Maguila começou sua carreira como pugilista nos anos 1980, e rapidamente se destacou por seu estilo agressivo e determinação incansável. Com uma carreira de mais de 20 anos, acumulou 85 lutas, das quais venceu 77, sendo 61 por nocaute. Ele também conquistou o título de campeão sul-americano e campeão brasileiro dos pesos pesados, cinturões que manteve por anos, além de ser o primeiro pugilista brasileiro a disputar um título mundial nos pesos pesados.

Fora dos ringues, Maguila era conhecido por seu carisma e generosidade, sempre defendendo causas sociais e usando sua fama para ajudar os menos favorecidos.

O Ministério do Esporte reconhece a importância de Maguila para o esporte nacional e presta suas condolências à família, amigos e fãs que o acompanharam ao longo de sua brilhante carreira. O Brasil perde não só um ícone do boxe, mas também um homem cuja luta transcendeu o esporte."

morreu um pedacinho do Brasil hj, salve Maguila!

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Por Jornal Nacional, 22/10/2024 22h18 Atualizado há 16 horas

São mais de 100 empresas estatais. Fazem parte da máquina do governo federal e atuam em diversos setores - como infraestrutura, telecomunicações e agropecuária. O governo usa o resultado de algumas dessas empresas para calcular o desempenho das contas públicas do país - mês a mês. E, em 2024, as contas devem apresentar o maior rombo desde 2009.

De janeiro a agosto, o déficit das empresas estatais federais bateu R$ 3,3 bilhões e a previsão do próprio governo é que fechem o ano em R$ 3,7 bilhões no vermelho.

Em 2009, o rombo do ano foi de R$ 3,8 bilhões. Nos anos seguintes, as estatais federais tiveram resultados melhores e, em alguns anos, até positivo. Graças a aportes dos governos. Em 2018, a gestão do então presidente Michel Temer injetou R$ 5 bilhões no caixa dessas empresas, fazendo um superávit. Em 2019, o governo Jair Bolsonaro injetou R$ 10 bilhões, e o resultado ficou positivo em R$ 14 bilhões. Em 2023, o resultado voltou a ser negativo, em R$ 700 milhões.

Em 2024, os déficits maiores estão na:

Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron);

Empresa de Correios e Telégrafos;

Emgea, de planejamento financeiro;

Infraero;

Dataprev - responsável pela tecnologia da informação do país, como processamento de folha de pagamento e benefícios do INSS.

O resultado não inclui Petrobras e Eletrobras, porque são empresas que têm características específicas, como regras de governança que se aproximam de empresas privadas de capital aberto. E nem inclui os bancos públicos.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias permite que o governo abata os gastos com investimentos previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O Ministério da Gestão e da Inovação afirmou que, em boa parte das empresas estatais, o déficit que agora está sendo registrado é explicado pelo aumento em investimentos, como máquinas e tecnologia; que esses investimentos estão sendo bancados por recursos que já estão no caixa das empresas e não demandarão nenhum aporte do Tesouro; que em anos anteriores, especialmente entre 2018 e 2021, o Tesouro já repassou recursos para as estatais para que elas realizassem investimentos e que como eles não foram feitos, se transformaram em superávits elevados naqueles anos e ficaram guardados no caixa das empresas.

O governo também citou que, em 2018 e 2019, foram feitos aportes que somam R$ 10 bilhões, que geraram um superávit. E que a Emgepron recebeu investimentos em 2018 e 2019 para a construção de quatro fragatas, o que gerou superávit naqueles anos. Ainda segundo o governo, em 2024, a empresa já investiu R$ 1 bilhão desses recursos, que ficam registrados como déficit.

As projeções para os próximos anos também indicam resultados ruins. Especialistas reforçam que o descontrole nas contas das estatais compromete a credibilidade do país e o esforço em sanar as despesas públicas no momento em que o governo fala em urgência para revisar gastos.

O economista Gabriel Barros ressaltou que há preocupação sobre a sustentabilidade da política do governo federal de repassar recursos para as estatais, criando contas cada vez mais deficitárias.

"O mercado está bastante preocupado e atento a esses estímulos por fora do orçamento, vamos colocar assim, que o governo está fazendo. Esses estímulos também incluem as estatais federais. Então, essa reversão de superávit para déficit, nesse contexto em que o governo usa as estatais como vetor de crescimento da economia, preocupa bastante, porque amplia a percepção de risco e piora, de fato, a trajetória das contas públicas", diz Gabriel Leal Barros, economista-chefe da Ryo Asset.

O economista Claudio Frischtak lembrou que o déficit nessas contas é pago por todos nós.

"Basicamente, esse déficit alguém tem que pagar, e quem vai pagar somos nós, evidentemente. Porque o governo não produz dinheiro, por assim dizer. Então, isso tem uma implicação adversa sobre uma situação fiscal que já é muito frágil. Os resultados atuam no sentido de fragilizar ainda mais o arcabouço fiscal do governo. E qual é a consequência? Juros mais elevados, câmbio mais estressado, risco-país, infelizmente um pouco pior”, afirma Claudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria.

A Emgepron reiterou que o déficit não corresponde a prejuízo contábil e, em grande parte, representa gastos com a construção de navios para a Marinha. A Emgepron afirma que a capitalização da empresa para a condução de uma política pública de defesa, aprovada pelo Tribunal de Contas da União, explica o déficit.

Os Correios afirmaram que o déficit foi herdado do governo anterior, mas que investiram cerca de R$ 2 bilhões próprios para reconstruir a empresa, adotaram medidas para reduzir despesas e aumentar receitas, e não vão precisar de aporte do governo.

A EMGEA declarou que é superavitária e tem disponibilidade para quitar todas as suas despesas.

A Infraero declarou que não vai precisar de recursos do governo para cobrir o déficit e que ele é decorrente do uso de recursos próprios, disponíveis em caixa, para a transferência dos aeroportos da sétima rodada de concessões.

A Dataprev declarou que não apresenta prejuízo, que continua tendo resultados positivos significativos e que mantém níveis altos de liquidez.

pra mim oq tá claro nessa noticia é q realmente pra fração da burguesia liberal tanto faz q o governo ta cortando 11% do povo do BPC e tá cortando 84% do auxilio gas e outras medidas, o bagulho é doido msm

se olhar, é completamente incoerente ali com o governo e com as empresas. Todas as mencionadas, se nao estao lucrativas, tem liquidez (ou seja, tem caixa pra cobrir todos os seus gastos). Sendo assim, usa-se esse termo de superavitario e deficitario, como se fosse igual o governo em si, mas é so pra confundir quem ta lendo.

nenhuma delas tem rombo algum

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O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) mobiliza a categoria para uma paralisação nesta quarta-feira (23), a partir das 9h. Na ocasião, ainda será realizado um ato na sede da Secretária de Saúde do DF (SES-DF), em Brasília. Uma assembleia para definir os próximos passos da greve também está prevista.

Desde agosto, os enfermeiros e enfermeiras da SES-DF estão mobilizados por isonomia salarial. O sindicato informa que, até o momento, o Governo do Distrito Federal (GDF) não apresentou uma proposta. "Precisamos abrir um canal de diálogo definitivo com o governo para negociarmos nossa isonomia salarial", diz o presidente do SindEnferemeiros do DF, Jorge Henrique, nas redes sociais.

"Os enfermeiros são peças-chave da saúde pública aqui no DF e a gente precisa apresentar uma proposta para fortalecer o Sistema Único de Saúde com a valorização da nossa categoria", completa o representante sindical.

A greve, afirmam os profissionais, é uma forma de buscar mais justiça para a categoria. Ainda segundo o sindicato, entre as carreiras de ensino superior da Secretaria de Saúde do DF, os enfermeiros são os que ganham menos. "Hoje é a categoria que mais produz nos três níveis de atenção", diz o presidente do sindicato.

Os enfermeiros destacaram também os desafios que enfrentam, como o déficit de profissionais, a alta produtividade, e a crescente diferença salarial, que hoje chega a R$ 5 mil, um aumento significativo quando comparado à diferença de R$ 800 registrada em 2013.

De acordo com dados do Info Saúde de 2023, um painel da Secretaria de Saúde do governo distrital, a categoria lidera o número de consultas de pré-natal. Nos primeiros seis meses de 2024, também foram recordistas em atendimentos gerais, com 1,8 milhão de atendimentos. Já na Atenção Primária à Saúde (APS) ganharam primeiro lugar no ranking, com mais de 1,2 milhão de atendimentos.

Segundo a entidade, desde 2018 o quantitativo de enfermeiros permanece o mesmo, com uma variação de 3.900 a 4 mil profissionais. "Qualitativamente falando, temos produzido mais. Por exemplo, de 2021 para 2024, a gente saiu de 1,2 milhão de atendimentos para 1,7 milhão", explica Jorge Henrique.

Além disso, os enfermeiros ampliaram o acesso ao Dispositivo Ultra Interino (DIU) em 38,7% no segundo semestre de 2023 e realizaram mais de 6 mil partos normais no DF no ano passado. "É um número muito grande, porque, hoje, a estrutura dos hospitais é toda voltada para o médico", afirma o presidente do sindicato.

"Estamos dizendo que nós queremos reconhecimento, uma valorização através da reestruturação da nossa carreira. Mas nós estamos apontando que também somos a solução de muitos gargalos existentes na Secretaria de Saúde. Ou seja, nós estamos nos colocando como solução do problema", destaca o sindicalista.

Faltam profissionais

Faltam mil enfermeiros nos hospitais públicos no Distrito Federal, aponta também o sindicato. Segundo memorando de 11 de agosto, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) opera com déficit de 2.312 horas semanais da carreira de enfermeiros e de 6.261 horas semanais da carreira de técnicos de enfermagem.

O hospital tem 27 enfermeiros contratados temporariamente, que deverão deixar os plantões nos próximos dias. E o problema ameaça outras unidades da rede pública. Conforme a instituição, atualmente a cobertura de estratégia de Saúde da Família é de apenas 60%. Aproximadamente 5 mil candidatos aprovados no último concurso público para enfermeiro aguardam convocação no DF.

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Márcia Silva

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Uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 130 trabalhadores em condições análogas à escravidão no interior de São Paulo.

O grupo foi encontrado em uma fazenda de cultivo de cebola no município de Jeriquara, que fica a 40 km de Franca. O trabalho era feito sem equipamento de proteção, sob sol intenso e com intervalos irregulares, de tempo insuficiente para alimentação e descanso.

Segundo o MTE, a maioria dos trabalhadores calçava chinelos. Nas pausas da jornada, descansavam embaixo dos ônibus que os transportavam. Não havia banheiros em número suficiente, levando algumas pessoas a fazer as necessidades em locais inadequados.

Relatos apontam ainda que a água fornecida pela fazenda acabava antes do meio-dia, o que obrigava o grupo a seguir as tarefas com sede.

Entre os resgatados, foram encontrados três adolescentes com idades entre 15 e 17 anos. Eles atuavam em condições proibidas pela legislação brasileira para menores de 18 anos. Todos os trabalhadores estavam sem registro em carteira.

Após a fiscalização, foi determinado o fim das atividades, a regularização e rescisão dos contratos. O empregador, que não teve a identidade divulgada pelas autoridades, se comprometeu a pagar R$ 260 mil em verbas rescisórias, além de R$ 200 mil por danos morais coletivos.

Edição: Nathallia Fonseca

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O Cartão de Confirmação de Inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 está disponível na Página do Participante. O documento foi disponibilizado nesta terça-feira (22) aos candidatos. Nele, é possível acessar, entre outras informações, data, hora e local de prova e o número de inscrição e registrar a necessidade de atendimento especializado ou tratamento pelo nome social.

Apesar de não ser obrigatório, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) recomenda que os inscritos levem o cartão de inscrição nos dias das provas, que ocorrerão em 3 e 10 de novembro, para garantir que os acessos aos locais estejam corretos.

Para acessar o documento, é preciso utilizar o login único da plataforma gov.br na Página do Participante. Depois, basta clicar no ícone "Local de Prova", localizado do lado esquerdo da tela. Em seguida, será aberto um chat com um assistente virtual da página do Inep, que enviará um arquivo com o documento. Nesta mesma conversa, ainda é possível ter acesso a uma declaração de comparecimento para os dias das provas.

O Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica e é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Universidades privadas também utilizam o Enem para selecionar estudantes, bem como algumas instituições de Portugal que têm convênio com o Inep para aceitarem as notas do exame.

Edição: Geisa Marques

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Os economistas ligados a bancos praticamente dobraram sua previsão para o crescimento da economia brasileira em 2024 no decorrer deste ano. Hoje, eles estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça 3,05% até o final deste ano. Em janeiro, a previsão era de crescimento de 1,59%.

Os percentuais constam das edições do chamado Boletim Focus, elaborado pelo Banco Central (BC). Para divulgação do Focus, o BC reúne previsões de economistas ligados a instituições financeiras do país semanalmente.

A última edição do Focus foi publicada nesta segunda-feira (21). Nela, já consta a previsão de crescimento de 3,05% em 2024. Há quatro semanas, a previsão era de 3%.

Também de acordo com o Focus, a inflação no Brasil deve fechar o ano em 4,5%. O percentual é o teto da meta estabelecido para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o ano de 2024.

Há uma semana, os bancos estimavam que a inflação fecharia o ano em 4,39%. Os economistas ouvidos mais recentemente para elaboração do Focus já estimam que a inflação encerre 2024 em 4,54% – ou seja, além da meta.

Em setembro, a seca causou o aumento da conta de luz e do preço da comida, o que acabou elevando a inflação. O IPCA fechou o mês em 0,44%, 0,46 ponto percentual acima do verificado em agosto, e já acumula 4,42% de alta em 12 meses.

Também em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 10,5% ao ano para 10,75% ao ano já por conta de temores sobre a alta da inflação.

Economistas de bancos também estimam que a Selic vá subir até 11,75% ao ano ainda em 2024.

Edição: Nathallia Fonseca

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A Meta suspendeu os perfis do Instagram e Threads que rastreiam voos particulares de celebridades. A determinação acontece após as polêmicas recentes envolvendo o estudante Jack Sweeney e o monitoramento dos voos particulares da cantora pop Taylor Swift, o que rendeu até ameaça de processo.

Como era o rastreamento vetado pela Meta

O jovem de 21 anos era detentor de alguns perfis que utilizavam dados públicos para monitorar as viagens de famosos americanos. Inclusive, em 2022, Sweeney teve um embate com o bilionário Elon Musk em razão de um perfil que divulgava informações sobre seus voos privados.

Na ocasião a conta “@ElonJet” foi desligado pelo X/Twitter. Mas o estudante colocou no ar o perfil @ElonJetNextDay, que segue mostrando os dados de voo do bilionário, mas com um uma atraso de 24 horas.

Em um pronunciamento compartilhado com o portal TechCrunch, a Meta afirma que as contas em questão, que monitoravam voos de Mark Zuckerberg, Kim Kardashian, Bill Gates, Jeff Bezzos, entre outros, violaram as políticas de privacidade das plataformas. E, assim, geraram riscos à integridade física para os famosos.

Dado o risco de danos físicos a indivíduos, e de acordo com a recomendação do Conselho de Supervisão independente, desativamos essas contas por violarem nossa política de privacidade

O trabalho de Sweeney já tinha ficado um pouco mais difícil em maio deste ano. Foi quando a administração Biden passou a permitir que proprietários de aeronaves privadas mantivessem seus dados privados, mas o rastreamento continuou por outros meios.

Em seu perfil no Threads, o estudante comentou o ocorrido. Ele afirmou que manteve seus perfis no ar por anos e que nunca violou nenhuma política de privacidade da empresa. Ela também afirmou que não sabe exatamente o que motivou a Meta a tomar a decisão após tanto tempo.

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Como parte do Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) lançou nesta segunda-feira (21) a campanha Radiologia Solidária. A proposta é ofertar exames gratuitos para mulheres de baixa renda em todo o país.

De acordo com o CBR, a previsão é que mais de 50 clínicas de imagem e instituições de saúde ofereçam esse tipo de atendimento até dezembro. Cada clínica aderiu a uma das três modalidades disponíveis na campanha: ouro, prata e bronze, conforme o tipo e o volume de exames a serem disponibilizados:

  • 21 na categoria ouro, onde serão disponibilizadas mais de 50 mamografias e/ou tomossínteses (equipamento semelhante ao mamógrafo) e mais de 20 ultrassonografias e/ou biópsias de mama).

  • Sete na categoria prata, onde serão disponibilizadas de 20 a 50 mamografias e/ou de 10 a 20 ultrassonografias.

  • 22 na categoria bronze, onde serão disponibilizadas até 20 mamografias e/ou tomossínteses e 10 ultrassonografias.

A maior parte das clínicas fica na região Sudeste (28 instituições participantes), seguida pelo Sul, com sete clínicas participantes; pelas regiões Centro-Oeste e Nordeste, ambas com seis clínicas participantes; e pelo Norte, com três instituições participantes. Minas Gerais e São Paulo se destacam entre os estados, com 14 e nove clínicas, respectivamente.

A coordenação da realização dos exames, de acordo com o CBR, ficará a cargo de instituições não governamentais (ONGs), fundações sem fins lucrativos e instituições de saúde pública, que devem direcionar os atendimentos para mulheres de baixa renda e dentro da faixa etária recomendada para o rastreamento (a partir dos 40 anos).

Importância do diagnóstico precoce Em meio à disseminação das chamadas fake news (informações falsas) na área da saúde, o CBR informou que a campanha também contará com ações para conscientizar a população sobre a importância da detecção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, “valorizando a promoção de informações confiáveis e baseada em evidências científicas”.

Em nota técnica publicada anteriormente, a entidade já havia reforçado a importância da mamografia como método essencial para identificar o câncer de mama em estágios iniciais. O documento também desmente mitos como o de que o exame causa câncer ou poderia ser substituído por outros métodos de imagem.

Números do câncer de mama

O CBR alerta que a incidência de câncer de mama tem aumentado em todo o mundo — a cada ano, mais de 2 milhões de mulheres são diagnosticadas com a doença. Somente no Brasil, ao longo de 2024, a estimativa é que quase 74 mil novos casos sejam registrados, com maior prevalência entre mulheres jovens, com menos de 50 anos.

“Apesar de todos os esforços, o câncer de mama ainda é o tumor que mais mata mulheres no Brasil e no mundo. No entanto, quando detectado precocemente, é uma doença tratável, com altas chances de cura (chegando a 95% se o diagnóstico ocorrer antes que o tumor atinja 10 milímetros)”.

“A Comissão Nacional de Mamografia reforça a recomendação de rastreamento mamográfico anual para mulheres a partir dos 40 anos e repudia todas as formas de fake news e disseminação de informações falsas, que podem levar algumas mulheres a não realizarem a mamografia, com desfecho em diagnósticos tardios e tumores avançados".

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